Cresce número de mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil, aponta levantamento

Parada LGBTQIA+ da Lapa

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

20 de janeiro, 2025 g1 Por Redação

Segundo o Observatório do Grupo Gay da Bahia, foram 291 homicídios e suicídios em 2024, 34 a mais que no ano anterior. SP, BA e MT lideram ranking e Salvador é a capital mais perigosa.

O número de mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil cresceu 13,2% em 2024, quando comparado com os registros do ano anterior. É o que aponta o Observatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga organização não governamental da causa na América Latina.

O levantamento é feito há 45 anos e leva em conta notícias veiculadas na imprensa e correspondências enviadas à ONG. Foram computados homicídios, latrocínios, suicídios e outras causas.

Segundo os dados, o Brasil teve 291 pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ mortas no ano passado, 34 a mais que em 2023, quando o país registrou 257 casos.

As vítimas eram:

  • gays: 165
  • travestis e mulheres transgêneros: 96
  • lésbicas: 11
  • bissexuais: 7
  • homens trans: 6

Outras 6 pessoas declaradas heterossexuais foram incluídas no levantamento por terem sido confundidas com integrantes da comunidade ou por terem tentado defender vítimas.

A maior parte das mortes foi registrada na região Nordeste (99) e no Sudeste (99). Em relação ao meio utilizado nos crimes, arma branca (65), arma de fogo (63) e espancamento (32) foram os mais apontados na apuração.

No ranking de estados, São Paulo, Bahia e Mato Grosso lideram com os maiores números de casos. Confira o ranking completo:

  • São Paulo: 53
  • Bahia: 31
  • Mato Grosso: 24
  • Minas Gerais: 22
  • Pará: 16
  • Pernambuco: 15
  • Rio de Janeiro: 15
  • Alagoas: 13
  • Ceará: 11
  • Maranhão: 10
  • Paraná: 10
  • Amazonas: 8
  • Goiás: 8
  • Espírito Santo: 7
  • Mato Grosso do Sul: 7
  • Piauí: 6
  • Distrito Federal: 5
  • Paraíba: 5
  • Sergipe: 4
  • Rio Grande do Sul: 4
  • Santa Catarina: 4
  • Tocantins: 4
  • Rondônia: 3
  • Amapá: 2
  • Rio Grande do Norte: 2
  • Acre: 1
  • Roraima: 1

Salvador é a capital mais perigosa para a comunidade, aponta o levantamento. Depois dela, aparecem São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG), em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Veja o ranking:

  • Salvador (BA): 14
  • São Paulo (SP): 13
  • Belo Horizonte (MG): 7
  • Maceió (AL): 7
  • Fortaleza (CE): 6
  • Manaus (AM): 6
  • Rio de Janeiro (RJ): 6
  • Campo Grande (MS): 5
  • Cuiabá (MT): 5
  • Goiânia (GO): 5
  • Teresina (PI): 5
  • Recife (PE): 4
  • Aracaju (SE): 2
  • Brasília (DF): 2
  • Curitiba (PR): 2

Perfil das vítimas

Brancos formam maioria entre os LGBTs mortos. Segundo a pesquisa, 115 vítimas se identificavam assim. Em seguida, vinham as pessoas com cor não identificada, totalizando 97, e as pretas e pardas, contabilizando 79.

A faixa etária mais atingida foi de 26 a 35 anos, com 66 vítimas. Pessoas de 36 a 45 anos aparecem em seguida, com 52 casos. Depois, surgem as vítimas de 19 a 25 anos, com 43.

Entre os gays mortos em 2024, a profissão de professor liderava, seguida de cabeleireiro, técnico de enfermagem e enfermeiro, médico e instrutor de dança.

Já entre mulheres trans, travestis e transexuais, as profissionais do sexo foram as mais registradas entre os óbitos. Ativistas e cantoras vinham em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

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