Nova publicação do UNFPA aborda os danos desproporcionais das mudanças climáticas sobre as mulheres negras

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22 de março, 2023 UNFPA - Fundo de População das Nações Unidas Por Redação

As desigualdades raciais exacerbam esses problemas, expondo mulheres e meninas a riscos sobrepostos. 

Neste 21 de março, Dia Internacional pela a Eliminação da Discriminação Racial, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) lançou a publicação “Nossas palavras: vozes de mulheres afrodescendentes pela justiça reprodutiva e climática”, que explora como as mudanças climáticas prejudicam desproporcionalmente as mulheres negras e outros membros de comunidades marginalizadas – e exacerba os obstáculos à conquista de direitos sexuais, saúde e direitos reprodutivos.

O documento também examina como os mais pobres e vulneráveis ​​da sociedade, apesar de terem contribuído muito pouco para a crise climática global, muitas vezes são deixados para lidar com seus piores efeitos.

Disponível em três idiomas – inglês, francês e português – a pesquisa expõem que o percentual de afrodescendentes com necessidades básicas não atendidas pode ser três vezes superior ao de não afrodescendentes em cinco países da América Latina.

“O tema das mudanças climáticas certamente está no centro do debate mundial. Para uma discussão responsável é importante reconhecer que, apesar das mudanças atingirem todas as pessoas na terra, os impactos são sentidos de forma diferenciada em grupos e populações historicamente vulnerabilizadas. Esta publicação traz luz para a justiça reprodutiva e as mulheres negras, evidenciando a importância de construir políticas públicas que considerem o aspecto racial nas resposta às mudanças climáticas”, afirma Florbela Fernandes, representante do UNFPA no Brasil.

Adicionar a desigualdade de gênero e raça às mudanças climáticas exponencia suas consequências, especialmente expondo mulheres e meninas a riscos sobrepostos, reconhecendo a interseccionalidade de gênero e raça no contexto das desigualdades. A pesquisa indica que a mudança climática pode piorar os resultados da saúde materna. Mostra como tragédias climáticas trazem impactos na realização dos direitos humanos, com a interrupção de serviços essenciais de saúde, aumento na probabilidade de ocorrência de violência baseada em gênero e aumentar as vulnerabilidades a práticas nocivas, como o casamento infantil.

O UNFPA trabalha com comunidades em todo o mundo para combater as mudanças climáticas e seus impactos desiguais. Suas intervenções incluíram um programa de incubação para equipes em todo o leste e sul da África para desenvolver abordagens inovadoras para lidar com a mudança climática e a mutilação genital feminina; capacitação empreendedora e apoio a iniciativas que promovam a cultura e o conhecimento afro-brasileiro no Rio de Janeiro; e oficinas para jovens na Costa Rica sobre como cuidar dos ecossistemas marinhos e contar histórias narrativas.

Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido: na publicação, o UNFPA destaca os pontos de ação apresentados por organizações da sociedade civil e profissionais, que recomendam reconhecer o papel do racismo, investindo em pesquisas sobre como as mudanças climáticas afetam as comunidades afro-descendentes e amplificando sua vozes e experiências ao longo do caminho para a justiça climática.

Com informações UNFPA – Fundo de População das Nações Unidas. 

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