‘Mulheres levaram eleição para o 2º turno’, diz Fátima Pacheco Jordão

06 de outubro, 2010

Em entrevista à Agência Patrícia Galvão, a socióloga Fátima Pacheco Jordão, especialista em pesquisas de opinião, analisa os principais fatores que fizeram o eleitorado levar a eleição presidencial a um segundo turno e o significado do adiamento da decisão para 31 de outubro:

“As mulheres eleitoras levaram esta eleição para o segundo turno, fato que me parece facilmente comprovável de forma empírica. No dia da eleição, cerca de 13 milhões de eleitores não haviam definido o voto, e ainda estavam avaliando e revendo suas escolhas para presidente. Destes, a grande maioria (70%) eram mulheres.

Vários fatos políticos e denúncias toldaram o ambiente dos últimos dias da campanha, levando todo o eleitorado a um grande grau de incerteza. O debate sobre o aborto foi um deles, mas não o principal.

O grande constrangimento para as mulheres foi a forma oportunista e eleitoreira como setores conservadores e religiosos brigaram para ocupar um  espaço na mesa de negociação das campanhas, sobretudo a de Dilma Rousseff.

Eleitores, especialmente as mulheres, repudiam este enfoque rasteiro de questão tão séria e penosa como a legalização do aborto.

A meu ver, novos fatos -como corrupção e as incertezas não dirimidas de uma campanha despolitizada, com debates inócuos e engessados- foram os elementos que propiciaram o segundo turno.

As eleitoras tiveram todas as razões para dar essa chance de reavaliação geral. O Brasil ganhou.”

Contato: 

Fátima Pacheco Jordão
– socióloga
TV Cultura e Instituto Patrícia Galvão
São Paulo/SP
(11) 3826-7651 / 9423-9402 – [email protected]
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