(Folha de S.Paulo, 22/03/2016) A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta terça-feira (22) uma resolução que determina que sejam realizados testes para detecção do vírus zika em clínicas de reprodução assistida no país.
Pela norma, doadores de sêmen ou óvulos e casais que buscam a fertilização in vitro devem ser submetidos a testes sorológicos capazes de diagnosticar o vírus.
Com isso, casais que procuram as técnicas de reprodução assistida só terão material coletado para o procedimento em caso de resultado negativo para o vírus zika. Doadores com resultado positivo, por exemplo, ficam excluídos temporariamente da doação.
Segundo a Anvisa, objetivo é evitar a contaminação pelo zika e possíveis complicações associadas ao vírus.
A decisão foi tomada em reunião da diretoria colegiada da agência. A previsão é que a medida entre em vigor a partir da próxima semana.
SANGUE E TECIDOS
Nesta segunda-feira (21), a Anvisa também divulgou uma nota técnica que prevê medidas para aumentar o controle e segurança contra o vírus zika em procedimentos de doação de sangue, células, tecidos e órgãos.
Segundo a agência, pessoas que tiveram suspeita de infecção pelo vírus zika não poderão doar sangue, células e órgãos por até 30 dias. A medida é considerada preventiva – ainda não há previsão de oferta de testes de zika nestes casos.
O mesmo vale para candidatos à doação que tiveram relações sexuais com parceiros com diagnóstico clínico ou laboratorial de zika neste período.
Gestantes que tiveram zika na gestação, ou tiveram recém-nascidos com microcefalia, também passam a serem consideradas “inaptas” a doar células de sangue de cordão umbilical.
A nota prevê que, em casos de urgência médica, a decisão pelo uso dos materiais doados deve ser avaliada pela equipe médica responsável pelo tratamento do paciente, em conjunto com laboratórios e centros de transplante.
Natália Cancian
Acesse o PDF: Teste de zika será exigido para casais que buscam reprodução assistida (Folha de S.Paulo, 22/03/2016)