Como a falta de mulheres negras na inovação pode aumentar a desigualdade social, aponta estudo Pretalab

30 de agosto, 2018

Com equipes formadas predominantemente por homens brancos, a área da tecnologia ainda é um setor que parece quase fechado à diversidade.

Mulheres são minoria e mulheres negras ou indígenas são praticamente invisibilizadas no campo, como aponta uma pesquisa realizada pelo Olabi, uma organização que busca democratizar a produção tecnológica em prol da diversidade.

(Hypeness, agosto/2018 – acesse no site de origem)

Para alertar sobre o tema, a instituição lançou o estudo Pretalab. São entrevistas, dados e vídeos que mostram o panorama excludente do setor bem aqui no Brasil, um país em que metade da população é negra. Seria difícil de acreditar se não percebêssemos essa realidade todos os dias, né?

Foram reunidas 570 histórias de mulheres negras e indígenas entre 17 e 67 que trabalham com tecnologia nas cinco regiões do país. Entre elas, o machismo e o racismo sofrido já se tornaram rotina e a dificuldade de acesso a meios formais de educação parece ser uma constante.

Só 22% das entrevistadas começou a trabalhar com tecnologia por meio de uma instituição formal de ensino – como escolas ou universidades. Em compensação, mais da metade delas acredita que a internet e grupos informais de apoio são a melhor maneira de aprender sobre a área.

Quase tudo relacionado a esse campo é caro, em inglês e são raras as políticas (públicas ou privadas) destinadas ao nosso ingresso e permanência nesses espaços. A falta de referência é outro fator determinante: se ser uma mulher nas tecnologias já é um desafio, imagina para nós, negras. A ausência de referências positivas sobre mulheres negras e indígenas é uma questão social que perpassa não apenas o mundo das tecnologias, mas os mais variados campos profissionais e de poder”, lembra Silvana Bahia, diretora do Olabi e coordenadora do Pretalab.

Sem referências ou estímulo e encarando dificuldades na hora da contratação devido ao preconceito, as mulheres negras poderiam ser deixadas de fora do campo tecnológico, mas se recusam a aceitar esse tipo de segregação. Em um tempo em que os aplicativos refletem as mais diversas necessidades de nosso dia a dia, deixar uma parcela da população de fora destas decisões não é só discriminatório, mas perigoso.

Espia só o teaser do projeto no vídeo abaixo e clica aqui para ver a pesquisa na íntegra.

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