Dilma recebe no Planalto apoio de mulheres contra o impeachment

07 de abril, 2016

(G1, 07/04/2016) Convidadas são políticas e representantes de movimentos sociais.
Na última semana, palácio vem recebendo atos em defesa da presidente.

A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta quinta-feira (7), no Palácio do Planalto, convidadas para o “Encontro com Mulheres em Defesa da Democracia”. O evento reuniu mulheres de entidades como a Marcha das Margaridas, que representa trabalhadoras da área rural, e da Central Única de Trabalhadoras (CUT).

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Também foram ao Planalto políticas como as ministras Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Tereza Campeo (Desenvolvimento Social), além da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

O encontro vai na linha de atos que vêm sendo organizados no Palácio do Planalto em defesa do mandato de Dilma. Na semana passada, ela recebeu juristas e artistas e intelectuais contra o impeachment e, em seguida, se encontrou com movimentos ligados à reforma agrária.

O evento desta quinta começou com gritos de “não vai ter golpe” e “no meu país eu boto fé porque ele é governado por mulher”.

Durante o ato, uma mulher vestindo uma camisa com a frase “impeachment já” se aproximou do salão e gerou protestos da plateia. Ela foi retirada pela segurança.

Poucos minutos depois de a mulher ser expulsa do evento, o mestre de cerimônias  pediu “calma” e foi vaiado pelos presentes. Em seguida, a plateia entoou o grito “Machistas não passarão”.

‘Pacto’
No seu discurso, a presidente Dilma citou a crise política no país, o processo de impeachment e propôs um “pacto pelo entendimento nacional”.  Ela afirmou que defende o entendimento no país porque governa para todos os 204 milhões de brasileiros, não só para aqueles que votaram nela. “A intolerância e o ódio não servem ao governo responsável”, disse.

Dilma listou o que para ela são condições para o pacto. Entre os itens citados pela presidente estão o “respeito ao voto” e o fim das “pautas-bombas”, numa referência a projetos no Congresso que aumentam gastos do governo.

Desde a primeira hora, busco, busquei e buscarei consensos capazes de nos fazer superar toda e qualquer crise. Mas o entendimento ou o pacto tem como ponto de partida algumas condições: primeira, e todas as demais têm peso similar, respeito ao voto; fim das pautas- bombas no Congresso, pautas que não contribuem para o país; unidade pela aprovação de reformas; a retomada do crescimento econômico; a preservação de todos os direitos conqusitados pelos trabalhadores e pelo povo; e a necessária e imprescindível e urgente reforma política”, afirmou a presidente.

A presidente também criticou o que chamou de “vazamentos seletivos” nas investigações das operações policiais. A presidente atribuiu esses fatos ao que classificou de “trama golpista”. Segundo Dilma, “nós poderemos ter nos próximos dias muitos vazamentos oportunistas e seletivos”.

“Eu determinei ao senhor ministro da Justiça a rigorosa apuração de responsabilidades por vazamentos, bem como tomar todas as medidas judiciais cabíveis. Passou de todos os limites, a seleção muito clara de vazemtnos em nosso país”, completou a presidente.

Apoio a Dilma
Na cerimônia, a primeira mulher a discursar foi a representante da Marcha das Margaridas, Alessandra da Costa. Ela se referiu a Dilma como uma pessoa de “coração valente” e afirmou estar no evento para demonstrar “solidariedade” à presidente e a “indignação” com a “violência” que se tem visto no país.

“Estamos na rua em defesa da democracia porque é o princípio fundamental para garantir a igualdade que sonhamos para o nosso país. estamos aqui em defesa da democracia, das nossa orgnaizções sociais e sindicais. […] Nós queremos dizer que nós envergamos jutntos, mas não quebramos. Nós mulheres não quebramo.”, declarou.

Representante do movimento Agora Que São Elas, Antônia Pellegrino afirmou que só haverá o estado de direito se houver a “plenitude das instituições”. “E é por isso que decidimos nos manifestar aqui contra a possibilidade de golpe e a favor da presidenta Dilma”, afirmou.

Na sequência, a presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Creuza Maria, declarou ter ido ao Planalto para dizer que participa da “luta em defesa da democracia” e do governo.

“Queremos respeito a este mandato democrático eleito pelo povo e pelas mulheres. Não podemos aceitar que a Constituição deste país seja rasgada. E queremos dizer: ‘Mexeu com ela [Dilma], mexeu conosco”, afirmou.

Rito do impeachment
Atualmente, o processo de impeachment está em análise na comissão especial instalada na Câmara especificamente para analisar o pedido de afastamento de Dilma.

Nesta quarta (6), o relator, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), apresentou seu parecer pela continuidade do processo. Cabe, agora, à comissão (formada por 65 deputados) decidir se acolhe ou não o relatório. Na sequência, o plenário da Câmara deverá votar o parecer que for encaminhado pela comissão.

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