Brasil tem apenas 12% de prefeitas, apesar de avanços na década

30 de abril, 2014

(Último Segundo, 30/04/2014) Mulheres comandam apenas 675 prefeituras do País, enquanto os homens controlam a maioria das cidades (4.895)

Apesar de estarem ganhando mais espaço na sociedade e de o Brasil ter uma mulher à frente do Executivo Federal, a inserção feminina na política não se repete nas esferas municipais. As mulheres são prefeitas de apenas 12% das cidades do País, segundo pesquisa Munic, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira (30), sobre a situação de todos os 5.570 municípios do Brasil.

Segundo o IBGE, as mulheres estão à frente de 675 prefeituras do País. Apesar da baixa quantidade de prefeitas, esse número dobrou em relação à mesma pesquisa realizada em 2001, quando apenas 6% das cidades tinham uma mulher à frente do Executivo.

A pesquisa aponta que as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste são as que têm mais mulheres no Executivo Municipal proporcionalmente em relação aos homens. Segundo o IBGE, o Nordeste tem 295 prefeitas em 1.794 cidades (16,44% do total da região). A região Norte tem 57 das 450 prefeituras comandadas por mulheres (12,66%). Na região Centro-Oeste são 54 prefeitas (11,56%) em 467 cidades.

A região Sudeste tem 170 prefeitas em 1.668 cidades (10,19% do total) e a Sul tem apenas 8,3% (99) das 1.191 cidades chefiadas por mulheres.

Entre os Estados, o Rio Grande do Norte e a Paraíba são os que apresentam maiores percentuais de prefeitas com 18,7% e 17,4%, respectivamente. Por outro lado, o Acre não tem mulheres à frente de prefeituras.

O Rio Grande do Sul, que tem apenas 37 cidades que elegeram prefeitas, ou seja, 7,44% de um total de 497, e Santa Catarina, que tem prefeitas em apenas 23 cidades – 7,79% do total de 295-, são os Estados com os menores percentuais de mulheres à frente do Executivo Municipal.

Ainda de acordo com a pesquisa, as mulheres têm maior participação em cidades com populações menores, entre 12% e 14% para aqueles com até 50 mil habitantes, quando começa a decair esta proporção, situando-se em 3% nas cidades com mais de 500 mil habitantes.

Idade e escolaridade

A pesquisa também indicou que as prefeitas são ligeiramente mais jovens que os homens. A idade média deles se manteve estável entre 2005 e 2013, em 48 anos, e a delas está em torno de 47 anos.

Quanto à instrução, mudanças significativas ocorreram, segundo a pesquisa, no período de 2001 a 2013, no que se refere à escolaridade dos prefeitos em geral. Neste período, houve um aumento de 50% dos gestores que têm curso superior (ou mais) completo ou incompleto – passando de 40% em 2001 para 60% em 2013. A pesquisa indicou ainda que entre os 762 gestores que têm pós-graduação, 20% são mulheres.

Enquanto o percentual de prefeitos e prefeitas que alcançaram o ensino médio (completo ou não) oscila em torno dos 30% no período de 2001 a 2013, o percentual daqueles com o curso fundamental teve queda de 28% para 10%. “Assim, seja pela maior qualificação dos candidatos, seja pela maior exigência dos eleitores, ou por ambos os motivos, observa-se maior escolarização geral para este cargo executivo no País”, diz a pesquisa.

A pesquisa indicou ainda que as prefeitas representam 18% de todos os executivos municipais na faixa de 19 a 30 anos. Ainda de acordo com o IBGE, esse percentual vem caindo entre todas as faixas até chegar aos 9% entre aqueles com 61 anos ou mais.

Acesse no site de origem: Mulheres são prefeitas de apenas 12% das cidades do Brasil, diz IBGE (Último Segundo, 30/04/2014)

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