14/02/2013 – Ministro justifica silêncio de Dilma sobre renúncia do Papa

14 de fevereiro, 2013

(Folha de S. Paulo) Em defesa do silêncio da presidente Dilma Rousseff, que até agora não se manifestou oficialmente sobre a renúncia do papa Bento 16, o principal interlocutor do Palácio do Planalto junto à Igreja Católica, ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), disse ontem que “atitudes são mais importantes” que falas.

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“Não tínhamos que falar, tínhamos que respeitar e reforçar nossa parceria na prática. Portanto, não há nenhuma desconsideração”, afirmou no lançamento da Campanha da Fraternidade 2013 na CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Carvalho disse ainda que a ausência de uma nota oficial do Planalto não criou desconforto com a CNBB.

“Queria atestar em nome da presidente Dilma a nossa posição ante essa decisão de Bento 16, que é acima de tudo uma posição de respeito, de reverência e de um desejo muito forte de que ele possa continuar contribuindo com a igreja no plano espiritual, nas orações e na vida que ele está escolhendo”.

A relação entre o governo e o Vaticano ficou mais distante depois da campanha de 2010, quando Bento 16 recomendou a bispos brasileiros pregar voto contra políticos que defendessem o aborto. O gesto foi interpretado como uma intervenção.

Ontem, Carvalho falou que o episódio está superado. O ministro afirmou ainda ter esperança de que o novo líder da igreja venha ao Brasil em julho para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio.

Durante o lançamento da campanha da CNBB, que tem como lema fraternidade e juventude, foi lida uma mensagem do papa aos brasileiros, assinada quatro dias antes da renúncia.

“Os ‘sinais dos tempos’, na sociedade e na igreja, surgem também através dos jovens; menosprezar estes sinais ou não os saber discernir é perder ocasiões de renovação.”

A mensagem diz ainda que, para os jovens serem protagonistas na comunidade cristã, os líderes não podem “impor rumos”.

“Isto requer guias -padres, consagrados ou leigos- que permaneçam novos por dentro, mesmo que o não sejam de idade, mas capazes de fazer caminho sem impor rumos, de empatia solidária, de dar testemunho de salvação, que a fé e o seguimento de Jesus Cristo cada dia alimentam”, diz o texto.

Acesse em pdf: Na CNBB, ministro justifica silêncio de Dilma (Folha de S.Paulo – 14/02/2013)

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