(Agência Brasil, 25/10/2015) A falta de políticas públicas e condições para tratamento de mulheres indígenas provocam mortes de mulheres e crianças nas aldeias. Essa é a preocupação das participantes da oficina de saúde da mulher indígena, ocorrida hoje (25), na vila dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), em Palmas, Tocantins.
Enquanto atletas índios do mundo inteiro disputavam várias competições na Arena Verde, ao lado, na Oca da Sabedoria, mulheres debatiam os problemas de falta de assistência às indígenas brasileiras. Diabetes, câncer de colo de útero e doenças sexualmente transmissíveis são alguns dos problemas enfrentados.
“As mulheres sentem falta de políticas públicas para a saúde da mulher e da criança indígena. Nas aldeias elas sentem falta de uma saúde de qualidade”, disse Mirian Terena, do Conselho Nacional de Mulheres Indígenas. Ela lembrou ainda que a assistência deficitária à saúde da mulher prejudica também as crianças, que ficam mal alimentadas.
“Os dados sobre doenças são graves, com criança desnutrida, uma vez que se a mulher não está bem, a criança também não estará. As mulheres são as que mais sofrem com essa ausência [de políticas públicas]”, diz Miriam. “Infelizmente a saúde indígena passa por uma situação caótica e a mortalidade infantil está grande”, acrescentou Samira Tsibodowapré, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Os JMPI promovem, além de competições esportivas de integração, diversos debates e painéis sobre questões indígenas envolvendo saúde, cultura e esporte e direitos humanos. Os JMPI acontecem em Palmas até o dia 31 de outubro.
Marcelo Brandão; Edição: Fábio Massalli
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