(CFEMEA, 19/05/2015) A Comissão Especial a Reforma Política está discutindo uma proposta conveniente àqueles que estão no poder e querem evitar a entrada de outr@s nesses espaços de decisão. O parecer do relator Deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) propõe um sistema eleitoral (distrital/majoritário) que agrava drasticamente a já absurda sub-representação das mulheres, negros, indígenas e outros segmentos historicamente excluídos nos espaços de poder; o poder político continuará subordinado ao poder econômico pela manutenção do financiamento privado de campanhas; e o carreirismo individualista vai se tornar muito mais importante do que o projeto político partidário para viabilizar as candidaturas. É um combustível a mais para a máquina da corrupção continuar funcionando.
Dados publicados pela União Inter-Parlamentar/IPU sobre a desigualdade de gênero nos parlamentos mostram que o Brasil ocupa a 103ª posição entre 189 países listados. Revela também que os 21 primeiros países com maior presença de mulheres nas Câmara de Deputados distribuem-se da seguinte forma: 15 Sistemas Proporcionais, 5 Sistemas Mistos e apenas 1 tem Sistema Majoritário.
Na semana que vem, a Comissão da Reforma Política deve decidir se aprova, se rejeita ou emenda, o parecer do relator. Depois o debate vai para o Plenário da Câmara. Nesse debate, os movimentos de mulheres e feminista reivindicam uma reforma do sistema político para efetivamente democratizar o poder, enfrentando as estruturas patrimonialistas, oligárquicas, patriarcais, racistas e corruptas que o sustentam.
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