Estudo feito com 24 mil mulheres que tiveram crianças em 2011 e 2012 revela que gravidez não planejada predomina entre jovens pobres
(O Estado de S. Paulo, 02/12/2016 – acesse no site de origem)
Mais da metade das gestações no Brasil não é planejada. É o que apontam novos dados da pesquisa “Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre parto e nascimento”, que ouviu 24 mil mulheres nos anos de 2011 e 2012 em 266 hospitais públicos brasileiros. Do total, 55,4% relataram que não pretendiam engravidar – 25,5% queriam esperar mais tempo e 29,9% não tinham desejo de serem mães em momento nenhum. Pouco mais de 2% das entrevistadas disseram ter tentado abortar, sem sucesso.
Das 24 mil mulheres, 4.080 (17%) tinham entre 10 e 19 anos. Entre elas, o índice de gravidez não desejada atingiu 66%. A coordenadora da pesquisa, Maria do Carmo Leal, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz), ressalta que o País avançou em alguns pontos, como a redução da mortalidade infantil, mas ainda há falha no planejamento familiar.
“Sugerimos que é preciso reforçar as políticas de planejamento familiar e que a mulher possa escolher o método livremente”, disse Maria do Carmo.