(Ópera Mundi, 10/10/2014) No Brasil, o aborto é permitido somente em casos de gravidez em decorrência de estupro, risco de vida para a mulher gestante, e nos casos de anencefalia fetal. Mulheres que por qualquer outra razão precisem ou queiram interromper suas gestações no país são obrigadas a recorrer a clínicas clandestinas e, muitas vezes, a realizar o procedimento em condições insalubres. Segundo estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde), são realizados anualmente 22 milhões de abortos inseguros em todo o mundo, e 98% desses procedimentos ocorrem em países em desenvolvimento, onde a prática é majoritariamente criminalizada. A proporção de mortalidade devido a complicações decorrentes de aborto inseguro costuma ser mais alta nos países com restrições ao procedimento, e mais baixa nos países onde as mulheres têm livre acesso a serviços seguros. Na América Latina e no Caribe, a taxa é de 30 mortes a cada 100 mil abortos inseguros; nos Estados Unidos, onde a prática é legal em alguns estados e realizada em condições seguras, a taxa é de 0,7 mortes a cada 100 mil procedimentos legais.
O vídeo “Clandestinas”, dirigido por Fádhia Salomão e realizado com apoio da organização SOF e da International Women’s Health Coalition, conta histórias de mulheres que abortaram ilegalmente no Brasil. Com depoimentos de mulheres que contam suas próprias experiências e interpretam relatos de anônimas, o vídeo mostra como a criminalização da interrupção voluntária da gravidez penaliza todas as mulheres.
Acesse no site de origem: ‘Clandestinas’: mulheres relatam histórias reais de abortos ilegais no Brasil (Ópera Mundi, 10/10/2014)