(G1, 19/10/2015) Seminário em Macapá discutiu as várias formas de violência contra grávidas. Cerca de 35 estudantes, técnicos e enfermeiros participaram de palestra.
“O conhecimento é a prevenção contra a violência obstétrica”, disse o mestre em obstetrícia, Rafael Santos, durante um seminário sobre o tema. O evento aconteceu nesta segunda-feira (19), no Hospital das Clínicas Alberto Lima, na Zona Central de Macapá.
Durante as palestras, Rafael explicou que as formas mais comuns de violência na hora do parto são impedimento da entrada de um acompanhante, procedimentos que causem dor ou dano físico, ações verbais que cause sentimento de inferioridade ou até a realização de uma cesariana sem indicação clínica.
“Toda mulher tem direito de acompanhante na hora do pré-parto, do parto e depois do parto, mas muitas não sabem disso. Deveria estar lá na maternidade visível, mas não se coloca. Se ela soubesse disso faria questão de um acompanhante”, contou.
Segundo o especialista, a infraestrutura hospitalar também contribui para o aumento desse tipo de violência.
“Sabemos que o ambiente do parto não é sempre adequado. As mulheres ficam de 2 a 4 em um único box, onde deveria estar somente uma paciente. A sobrecarga dos profissionais faz com que fiquem mais impacientes e acabem cometendo a violência, às vezes, sem perceber mesmo”, comentou.
Seminário
Cerca de 35 estudantes, técnicos e enfermeiros participaram de seminário que discutiu a violência obstétrica. O evento foi organizado pela Universidade Federal do Amapá (Unifap) em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Amapá (Sesa).
O objetivo do treinamento é apresentar aos profissionais e alunos as estratégias de prevenção da violência obstétrica institucional, baseado no respeito da escolha da mulher e na adoção de procedimentos que não causem dor ou sofrimento desnecessários à mãe e ao bebê.
“Reunimos conceitos e apresentamos vídeos e documentários que mostram as mulheres dando depoimento para dizer o que elas sofreram. Queremos sensibilizar os profissionais. Falamos também sobre plano de parto que é um roteiro que a mulher faz de como ela quer o seu parto”, concluiu Rafael Santos.
Aline Paiva
Acesse no site de origem: ‘Conhecimento é a prevenção contra violência obstétrica’, diz especialista (G1, 19/10/2015)