Crise climática escancara desigualdades no acesso ao aborto legal

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Foto: Mídia Ninja

20 de agosto, 2025 Brasil de Fato Por Redação

6º Colóquio sobre Aborto Legal vai debater justiça reprodutiva e emergência climática nos dias 21 e 22 de agosto

“Nos momentos de crise, os direitos das mulheres sempre são os primeiros a serem questionados.” A frase é conhecida entre militantes e pesquisadoras feministas — e, infelizmente, segue atual. Durante as enchentes de maio de 2024, diversas situações revelaram o quanto os serviços de saúde sexual e reprodutiva são tratados como não essenciais, inclusive o acesso ao aborto legal.

Foi justamente diante dessa realidade que o Fórum Aborto Legal RS (FAL/RS) definiu como eixo transversal para o 6º Colóquio sobre Aborto Legal a crise climática. O evento acontece nos dias 21 e 22 de agosto, no Centro Cultural da Ufrgs, em Porto Alegre (RS).

Camila Giugliani, uma das organizadoras do Colóquio, explica que a crise climática afeta desproporcionalmente as mulheres, intensificando desigualdades já existentes: “Quando a gente tem uma crise — e agora estamos vivendo momentos em que as crises climáticas estão em evidência, com inundações e a iminência de novos eventos — essas desigualdades se agravam. A pandemia de Covid-19 também evidenciou a fragilidade das políticas de saúde sexual e reprodutiva. Por isso, discutir o aborto legal é essencial, porque ele foi uma das primeiras coisas a ser restringida durante crises. As mulheres encontraram limitações para acessar esses serviços, e o Colóquio vai abordar justamente esse agravamento da desigualdade em contextos de crise.”

Segundo Giugliani, os contextos de crise também aumentam casos de violência sexual, tornando ainda mais urgente a garantia do acesso ao aborto legal. O objetivo do evento é fortalecer políticas de saúde sexual e reprodutiva, trazer iniciativas de movimentos sociais e fomentar o debate sobre justiça reprodutiva no Rio Grande do Sul e no Brasil.

A mesa “Justiça Reprodutiva na Crise Climática” será dedicada a discutir como o racismo ambiental, a desigualdade territorial e a inércia do poder público impactam diretamente os corpos que gestam. Participam do debate representantes do UNFPA, Ufrgs, HCPA, além da Plataforma Dhesca.

Além dessa mesa, a programação inclui debates sobre políticas públicas, pesquisas sobre aborto no Brasil, experiências exitosas de cuidado e acolhimento, apresentações de trabalhos científicos, lançamentos de materiais e uma intervenção artístico-cultural.

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