(Correio) Segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM), 10% das mortes maternas em 2009 foram ocasionadas por abortos, espontâneos ou provocados.
A Pesquisa Nacional de Aborto (PNA), desenvolvida pelo Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, mostra que metade das mulheres que realizaram aborto procuraram o sistema público de saúde em decorrência de complicações no procedimento, na maioria dos casos realizado em clínicas clandestinas.
“Há regiões no Brasil, como a Bahia, onde o aborto inseguro é a principal causa de mortalidade materna”, afirma a secretária executiva da Rede Feminista de Saúde, Télia Negrão.
As constatações da PNA, que entrevistou 2.002 mulheres com idade entre 18 e 39 anos, revelam a necessidade de tratar o aborto como um caso de saúde pública. Entre as entrevistadas, 15% relataram ter feito o procedimento pelo menos uma vez na vida. Em termos proporcionais, as mulheres de 35 a 39 anos são as que mais o fizeram. “Isso mostra o quanto o aborto é um fenômeno comum na vida reprodutiva das mulheres”, conclui a pesquisadora responsável pelo estudo, Debora Diniz, que atua no Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, na Universidade de Brasília (UnB).
“Boa parte das internações poderia ter sido evitada se o aborto não fosse tratado como atividade clandestina e se o acesso a medicamentos seguros fosse garantido”, defende Debora Diniz.
Veja matéria na íntegra: Abortos resultam em 10% dos casos de mortalidade de mães (Correio Braziliense – 08/09/2010)