MADRI (Reuters) – O governo de esquerda da Espanha planeja consagrar o direito ao aborto na Constituição em meio ao que considera um ataque global à liberdade reprodutiva, disse o primeiro-ministro Pedro Sánchez nesta sexta-feira.
Se aprovado, a nação mediterrânea se tornaria o segundo país do mundo a tornar constitucional o direito ao aborto, depois que a França o fez no ano passado. A Espanha completa quatro décadas desde que o ato deixou de ser crime em 1985.
“Com este governo, não haverá retrocesso nos direitos sociais”, escreveu Sánchez em uma publicação no X.
O governo de coalizão dos socialistas e da extrema-esquerda está ampliando as políticas progressistas e feministas em uma tentativa de reunir sua base de eleitores, no momento em que as pesquisas mostram um aumento no apoio ao partido de extrema-direita Vox.
A reforma requer o apoio de três quintos da câmara baixa do Parlamento, o que significa que precisaria do apoio de parlamentares do Partido Popular (PP), da oposição conservadora.
O governo também quer ajustar as leis do aborto para evitar que as mulheres que desejam interromper a gravidez recebam informações falsas com o objetivo de coagi-las a não abortar.