Bebês com vírus da zika podem ter problemas além da microcefalia

15 de dezembro, 2016

Conclusão é de pesquisa da Fiocruz e da Universidade da Califórnia. É importante fazer o diagnóstico exato do problema o mais rápido possível.

(Jornal Hoje, 15/12/2016 – acesse no site de origem)

Pesquisa da Fiocruz e da Universidade da Califórnia mostrou que bebês contaminados pelo vírus da zika, ainda na barriga das mães, podem ter outros problemas além da microcefalia.

Lidiane de Souza e a filha Caroline, de 17 anos, engravidaram quase ao mesmo tempo. As duas tiveram zika e as duas crianças, Micaela e Maria, nasceram com microcefalia. “Me assustei com ela, porque ela não teve nada. A gente não esperava que a Micaela ia vir assim com microcefalia. Aí depois eu já imaginava, poxa, eu tive, aí vendo esses casos na televisão, eu já estava preparada. Eu falei, com certeza o meu também deve ter”, conta Lidiane.

Micaela interage menos, não consegue firmar o pescoço e toma quatro remédios por dia. Um deles para crises convulsivas. “Ela é muito irritada e chora muito”, conta Caroline.

Maria toma calmante, tem muita irritabilidade, se engasga com facilidade e chora muito. As duas meninas fazem acompanhamento médico de segunda a sexta-feira.

Apesar de ser a consequência mais aparente, a microcefalia pode não ser o único problema para os bebês e nem a anomalia mais comum provocada pelo vírus da zika. Os especialistas analisaram 125 mulheres grávidas que tiveram zika e seus bebês. Em 46% dos casos, quase a metade, ou o feto não sobreviveu ou teve diferentes problemas na formação.

Pra a médica Maria Elisabeth Moreira, que coordena a pesquisa, é muito importante fazer o diagnóstico exato do problema o mais rápido possível. Só assim, a criança pode receber o tratamento adequado para minimizar as sequelas: “Nessa fase da vida, as crianças ainda estão fazendo novas células e, se devidamente estimuladas, essas novas células podem substituir as células que foram lesadas em um fenômeno conhecido como neuroplasticidade. Essas estimulações precisam começar o mais cedo possível pra que esse bebê tenha uma qualidade de vida e, de preferência, sem sequelas”.

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