Novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde já confirma ao menos 91 mortes relacionadas à infecção transmitida pelo mosquito aedes aegypti
(Folha de S. Paulo, 16/09/2016 – Acesse no site de origem)
Após chegar a ser considerada uma doença que “avançou menos do que o esperado”, a febre chikungunya tem acendido um alerta entre especialistas e autoridades de saúde neste ano.
Dados de um novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde já confirmam ao menos 91 mortes relacionadas à infecção, transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Em todo o ano passado, eram seis mortes registradas –um crescimento de 1.417% no período.
Há ainda outras mortes suspeitas de ligação com a doença em investigação -o ministério não informa o total, mas secretarias estaduais de saúde dão sinais: só em Pernambuco, há 225 mortes suspeitas de ligação com arboviroses (como dengue, zika e chikungunya) ainda em análise.
Ao todo, as mortes já confirmadas ocorreram em nove Estados. Destes, Pernambuco registra o maior número de casos, com 46 registros já reconhecidos pelo Ministério da Saúde, seguido do Rio Grande do Norte, com 19. Os demais são Paraíba (7), Ceará (6), Rio de Janeiro (4), Bahia (4), Alagoas (2) e Maranhão (2) e São Paulo (1).
Segundo o ministério, a maior parte das mortes já confirmadas ocorreu entre os meses de fevereiro e março, período em que há maior proliferação de Aedes no país. A idade das vítimas variou entre zero a 98 anos -com média de 62 anos.
A pasta afirma ainda que o aumento no número de mortes reflete um trabalho de busca ativa realizado nos Estados – daí a demora para confirmação dos registros pelo governo federal.
Casos da infecção
O número de casos classificados como prováveis de infecção pelo vírus chikungunya também tem registrado aumento nos últimos meses. De janeiro a 13 de agosto deste ano, já foram notificados 216.102 casos tidos como prováveis após atendimento na rede de saúde. Em todo o ano de 2015, foram 38.332 –aumento de 463%.
Também cresceu o número de cidades que registram casos de “chiku”, como costuma ser chamada em alguns locais: de 696 em 2015, já são 2.248 neste ano. Entre as regiões, o Nordeste é o mais afetado, com 87% dos casos registrados.
A situação preocupa os serviços de saúde, uma vez que a chikungunya é marcada por sintomas como febre alta e repentina, dores de cabeça e nos músculos e fortes dores nas articulações dos pés e das mãos –que podem se estender por meses e anos.
Zika e dengue
O boletim do Ministério da Saúde também traz dados atualizados sobre zika e dengue. Em relação ao zika, foram notificados 196.976 casos prováveis da doença até o dia 13 de agosto.
Boletim anterior da pasta, com informações até julho, apontava 174.003 registros. Não há dados de 2015. Neste ano, também foram confirmados três mortes como relacionados ao zika.
Já os registros de dengue alcançam 1,4 milhão de casos desde janeiro deste ano. Gráficos do Ministério da Saúde, porém, registram redução no número de novos casos nas últimas semanas.
Ainda assim, o alerta persiste, já que os últimos meses do ano costumam apresentar um aumento na proliferação de Aedes aegypti devido ao calor e ao aumento das chuvas, clima favorável ao mosquito transmissor.