Estado chega a mais de 300 casos por 100 mil habitantes; mortes por chikungunya disparam e Nordeste preocupa
(Estadão, 17/09/2016 – Acesse no site de origem)
No meio dos Jogos Olímpicos, o Rio tornou-se o primeiro Estado do Sudeste a registrar oficialmente epidemia de zika – mais de 300 casos por 100 mil habitantes. É o que mostra o mais recente boletim do Ministério da Saúde, que aponta ainda que, entre as doenças mais transmitidas atualmente pelo Aedes aegypti, a que mais preocupa é a febre chikungunya.
Até 13 de agosto, foram registrados 196.976 casos prováveis de zika no País (taxa de incidência de 96,3 casos por 100 mil habitantes), distribuídos em 2.277 municípios. Acabaram confirmados 101.851 casos. A Região Centro-Oeste apresentou a maior taxa de incidência: 188,1 casos/100 mil habitantes. Entre as unidades da federação com registro de epidemia estão Mato Grosso (652,9 casos/100 mil habitantes), Bahia (328,2 casos/100 mil) e Rio (363,6 casos/100 mil). As menores taxas estão no Sul: Santa Catarina (1,3 por 100 mil, com apenas 86 casos relatados) e Rio Grande do Sul (2,3/100 mil).
Em 2016, foram confirmadas laboratorialmente três mortes por zika: 2 no Rio e 1 no Espírito Santo. O Estado que recebeu a Olimpíada ainda responde por praticamente 1 em cada três casos confirmados no País: 60.176. Como só foi relatada transmissão autóctone de febre pelo vírus zika no País a partir de abril de 2015, não é possível fazer comparações. Em relação às gestantes, foram registrados 16.264 casos prováveis, sendo 8.904 confirmados por critério clínico-epidemiológico ou laboratorial, segundo o ministério.
Chikungunya. Ao comparar os dados com o boletim anterior, do início de julho, chama a atenção o avanço da febre chikungunya. Foram identificados 53 novos óbitos, levando para 91 os registros em 2016 – ante 6 em todo o ano passado. Em 2015, foram registrados no País 38.332 casos prováveis da febre (incidência de 18,7 casos/100 mil habitantes), distribuídos em 696 municípios, dos quais 13.236 foram confirmados. Em 2016, até 13 de agosto, foram registrados 216.102 relatos prováveis de chikungunya (taxa de incidência de 105,7 casos/100 mil), distribuídos em 2.248 municípios. Desses, 102.638 casos foram confirmados.
No momento, a Região Nordeste, marcada no fim do ano passado pela epidemia de zika, agora enfrenta problemas com a chikungunya, com 335,6 casos/100 mil habitantes. Entre as unidades da federação, preocupam Rio Grande do Norte (649,1 casos/100 mil), Pernambuco (434,7) e Alagoas (397,9).
Dengue. Já o avanço da dengue no País apresenta ritmo lento. O número de casos deste ano – 1.426.005 – já é inferior ao do mesmo período de 2015 – 1.479.950 casos.