Surto de zika completa um ano e já afeta 57 países, diz OPAS

09 de maio, 2016

(ONU/BR, 09/05/2016) Epidemia do vírus completou um ano no último sábado (7). Possível associação da doença com malformações congênitas e condições neurológicas é motivo de preocupação para a comunidade internacional. De outubro de 2015 a abril de 2016, ocorrências confirmadas como de origem infecciosa somam mais de 1,2 mil. Nordeste concentra maior número de casos comprovados.

 

No último sábado (7), a epidemia de zika no Brasil completou um ano. Na mesma data, em 2015, o país confirmava o primeiro caso da doença em laboratório – o que comprovou a presença de uma nova infecção transmitida pelo mosquito Aedes aegypti nas Américas.

O vírus se espalharia, pela primeira vez, por outras 36 nações do continente e 7 países de outras regiões do mundo, segundo avaliação publicada recentemente (5) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Atualmente, 57 países já registraram a presença do zika em seu território, incluindo os Estados onde o vírus estava presente antes mesmo da epidemia de 2015.

O surto teria provocado aumentos na prevalência de microcefalia, Guillain-Barré e outras condições neurológicas.

Em oito países – Brasil, Colômbia, Martinica, Panamá, Polinésia Francesa (França), Cabo Verde, Eslovênia e Estados Unidos –, casos de microcefalia e outras malformações fetais foram considerados “potencialmente associados” à zika.

O Brasil concentra o maior número de ocorrências confirmadas e suspeitas. Dados das Secretarias estaduais e do Distrito Federal de Saúde indicam que, até 30 de abril de 2016, 7.343 casos de microcefalia ou outras malformações possivelmente associadas a infecção congênita haviam sido notificados desde o início das investigações, em outubro de 2015.

Desse total, 1.271 foram comprovados, 2.492 foram descartados e outros 3.580 permanecem sob investigação. Entre as confirmações, apenas 203 obtiveram comprovação laboratorial para o vírus zika. Os outros casos foram confirmados por apresentarem alterações típicas de malformações de origem infecciosa.

A região Nordeste concentra o maior número de diagnósticos confirmados (1.152), sendo a Bahia – 232 casos comprovados – e Pernambuco – 339 confirmações – os dois estados com a incidência mais alta de malformações.

Embora a associação entre o vírus e a microcefalia ainda não esteja confirmada, a OMS destaca que já há consenso científico de que o zika seja a causa de microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré.

De acordo com os dados da agência da ONU, números desta outra condição verificaram um crescimento em oito países – Brasil, Colômbia, República Dominicana, El Salvador, Polinésia Francesa (França), Honduras, Suriname e Venezuela – nos quais o zika está presente. Nessas nações, casos da Guillain-Barré foram confirmados em pessoas infectadas pelo vírus.

OMS lembra dificuldades do Brasil em identificar o zika em 2015

Ainda nesta semana, a agência das Nações Unidas publicou um panorama da evolução da doença desde o início da epidemia em 2015.

Ao final de março do ano passado, o Brasil já havia informado à OMS que cerca de 7 mil casos de uma doença – considerada leve e caracterizada por febre, erupção cutânea, fadiga, dores nas articulações e conjuntivite – haviam sido notificados em seis estados do Nordeste. As hipóteses iniciais apostavam em variações brandas da dengue ou em episódios de chikungunya.

Laboratórios haviam realizado uma bateria de exames em mais de 400 amostras de sangue: 13% das amostras foram positivas para dengue, mas negativas para diversos outros vírus conhecidos por provocarem erupções cutâneas. O agente causador permaneceu uma incógnita.

A primeira pista promissora veio em abril de um laboratório na Bahia, onde os pesquisadores começaram a suspeitar que a doença pudesse ser transmitida nas áreas com densa população de mosquitos. Testes para zika – um vírus exótico e pouco compreendido, nunca visto antes nas Américas – deram positivo, mas as dúvidas permaneceram.

Exames diagnósticos do vírus são tecnicamente desafiadores, pois o agente patogênico reage de forma cruzada com os vírus da dengue e chikungunya, ambos presentes no país à época.

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