Os deputados franceses aprovaram nesta terça-feira (30), por ampla maioria, a inclusão da “liberdade garantida” ao aborto na Constituição, em uma nova tentativa de proteger seu acesso diante dos retrocessos registrados no mundo, como nos Estados Unidos.
“Esta noite, a Assembleia e o governo cumpriram sua missão com a história das mulheres […] Vou me esforçar agora para levar a mensagem ao Senado”, disse o ministro da Justiça, Éric Dupond-Moretti, após a aprovação na Câmara Baixa por 493 votos a favor e 30 contra.
Para que a inclusão na Constituição seja efetivada, o Senado deve aprovar a lei nos mesmos termos que os deputados, mas a oposição de direita, que controla a Câmara Alta, já expressou suas reservas em relação ao termo “liberdade garantida”.
Na primeira tentativa de proteger o aborto na Carta Magna, os senadores optaram pela noção de “liberdade” e os deputados, de “direito”. O presidente Emmanuel Macron apresentou a formulação “liberdade garantida” como um consenso.
Se a Assembleia Nacional e o Senado aprovarem, por fim, a mesma lei, um Congresso extraordinário de ambas as câmaras em Versalhes deverá dar o aval final. O governo espera que essa votação simbólica possa ocorrer em março, em torno do Dia Internacional da Mulher.