Planejamento familiar é inacessível para muitas mulheres, principalmente as mais pobres
(Estadão/Blog Ser mãe | 06/01/2022 | Rita Lisauskas)
Uma pesquisa divulgada no final de dezembro pela Bayer, em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e conduzida pelo IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), batizada de “Panorama atualizado da gravidez não planejada no Brasil”, revelou que 62% das cerca de mil mulheres das classes A, B e C que responderam ao levantamento já tiveram pelo menos uma gravidez não planejada. Um estudo anterior, realizado em 2011 e 2021, apresentou um índice de 55%, o que também é bem acima da média mundial, que é de 40%. Os dados apontaram, ainda, que 48% das mulheres que tiveram alguma gravidez não planejada engravidaram pela primeira vez entre os 19 a 25 anos de idade. “A gente sabe que essa menina mais jovem, mais vulnerável e com menor condição socioeconômica, no momento em que ela gestar, tem uma maior probabilidade de sair da escola, de ter empregos inferiores e isso tudo leva a uma bola de neve e isso leva a ela continuar naquela condição socioeconômica inferior”, afirma a médica Maria Celeste Osório Wender, ginecologista, professora titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Diretora de Defesa e Valorização Profissional da FEBRASGO. Ela conversou com o blog e repercutiu alguns dados dessa pesquisa.