Quase três anos depois de um surto de zika no Brasil provocar milhares de casos de microcefalia e outras deficiências congênitas em recém-nascidos, mães das crianças afetadas pelo problema se esforçam para aliar cuidados médicos, dificuldades econômicas e luta contra o preconceito.
(UOL, 21/10/2018 – Acesse a íntegra no site de origem)
O vírus transmitido por mosquito com potencial de atingir fetos sumiu das manchetes brasileiras, mas autoridades de saúde global temem que o vírus possa atingir novas populações.
Em Angola, dezenas de casos de bebês nascidos com microcefalia desde 2017 parecem estar ligados ao mesmo tipo de zika que atingiu a América Latina.
No Nordeste, conversamos com cerca de 30 mães que contraíram o vírus da zika durante a gravidez. A maioria foi abandonada pelos maridos e hoje precisa cuidar das crianças sozinhas.
Elas tiveram de absorver o choque inicial de descobrir a deficiência dos filhos, trocando sonhos de trilhar uma carreira profissional pela realidade de cuidar 24 horas por dia de uma criança que talvez nunca ande ou fale.
Muitas lutam para sobreviver com um auxílio mensal de apenas R$ 954, que deve cobrir gastos com moradia, alimentação, medicamentos e transporte para as frequentes consultas médicas.
Algumas encontram apoio entre mães cujos filhos passam as mesmas dificuldades. Outras expressaram gratidão por familiares ou amigos que ajudam na luta diária. Muitas confessaram passar por momentos de desespero e depressão, e algumas chegaram a considerar suicídio. Mas todas compartilham um forte amor por seus filhos e a esperança de uma vida melhor.
Quatro delas nos revelaram um pouco de sua rotina em casas simples nas redondezas de Recife e Olinda.