(Agência Aids, 14/11/2015) O Mercosul (Mercado Comum do Sul) e alguns de seus associados anunciaram nesta sexta-feira (13) um acordo com laboratórios farmacêuticos que permitirá reduzir em 75% o preço de uma molécula para o tratamento do HIV/aids. Além de Brasil, Argentina, Paraguai e Venezuela, os países do bloco, o acordo beneficia Chile, Bolívia, Peru e Suriname.
A redução se aplica ao antirretroviral darunavir, usado para o tratamento do HIV, segundo explicou María Gamarra, diretora de Relações Internacionais do Ministério da Saúde do Paraguai, país que exerce a presidência semestral do bloco.
O acordo contempla a aquisição em conjunto deste remédio e foi alcançado em uma cúpula de ministros da Saúde do Mercosul e países associados, realizada na sexta-feira (13) em Assunção.
No encontro, que foi antecedido por duas reuniões técnicas preparatórias, também foi analisado firmar futuros acordos com laboratórios para adquirir a preços mais acessíveis outras sete moléculas, três para o tratamento da hepatite C e outras quatro para o combate ao câncer.
Gamarra explicou que essas negociações ainda estão sendo realizadas e que o Mercosul informará dentro o resultado em até um mês.
A ideia, proposta pela Argentina e Paraguai, conta com o apoio dos outros países mencionados por ser “um problema que todos têm nesta região: o acesso a remédios de alto custo”, disse Gamarra.
O grupo de trabalho do Mercosul formado especificamente para negociar compras conjuntas espera que o aumento de volume conceda mais poder de negociação aos países em relação aos laboratórios. Em uma segunda rodada serão feitas definições sobre a aquisição de remédios oncológicos de última geração.
O processo conta com a participação intermediária da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS), que garantirá a transparência no processo de compra e na qualidade dos produtos.
“Esta é a face humana do Mercosul, embora seja dito que é apenas um tratado comercial, mas na saúde há muitos temas que precisam ser atendidos. Queremos que toda a população tenha acesso aos novos tratamentos”, explicou a funcionária paraguaia.
Quase metade das pessoas infectadas com HIV na América Latina recebe tratamento médico, o que a coloca entre as regiões em desenvolvimento mais avançadas do mundo no acesso a antirretrovirais, segundo dados da ONU-AIDS.
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