(O Globo) O jornal discute em editorial a influência da religião sobre a política tendo como ponto de partida o uso da questão do aborto como arma de campanha na eleição presidencial.
“Ficou de lado o único aspecto que interessa, no tema, para um Estado laico: reduzir o número de mortes entre mulheres, por se submeterem a abortos em clínicas clandestinas, sem os cuidados adequados. Morre uma mulher, nessas condições, a cada dois dias no país. No SUS, em 2009, foram 183,6 mil atendimentos de mulheres com complicações pós-aborto.”
“Em vez da discussão sobre o que deve ser feito na parte preventiva – planejamento familiar, educação sexual – e no atendimento no SUS, a questão foi reduzida a quem era contra ou a favor do aborto. Dilma e Serra se declararam contrários, e a vida real transcorrerá como sempre: com as complicações decorrentes de abortos clandestinos sendo um dos mais elevados índices de mortes entre mulheres na rede pública de saúde.”
Leia na íntegra: Saudável separação, editorial (O Globo – 08/11/2010)