Após a nomeação de Eleonora Menicucci de Oliveira como nova ministra de Políticas para as Mulheres, a mídia tem dado ampla divulgação para as declarações da pesquisadora e feminista sobre o tema do direito ao aborto, dadas antes e durante a coletiva de imprensa no dia 7/2.
Dias depois da coletiva, a imprensa continua a publicar reações às declarações e ao posicionamento da nova ministra. Veja a seguir alguns trechos selecionados:
(Folha de S.Paulo) Deu na coluna Painel (09/02):
“Na real 1 Quem acompanha a troca de comando na Secretaria das Mulheres avalia que, apesar das negativas oficiais, o debate sobre a descriminalização do aborto ganhará fôlego com Eleonora Menicucci. Militante feminista historicamente favorável à prática, a ministra delegou à acadêmica Lourdes Bandeira a coordenação da transição.
Na real 2 Espera-se que Eleonora monte equipe de “perfil técnico” – leia-se, menos sujeita às pressões do Congresso, onde há forte resistência a qualquer projeto que flexibilize a legislação.
Tiroteio
“Designar uma abortista convicta para comandar a política pública de valorização da mulher, hoje com status de ministério, é uma ofensa a todos os que defendem a vida.”
Do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), expoente da bancada evangélica, sobre declarações da futura ministra Eleonora Menicucci expondo suas convicções pessoais em defesa da descriminalização do aborto.”
(Folha de S.Paulo) “É incomum uma ministra apresentar de maneira tão aberta suas convicções pessoais. Ex-presa política na ditadura, Menicucci declara-se desde sempre a favor da descriminalização do aborto. A franqueza não garante a ela sucesso no cargo. Mas é bom quando tabus são tratados à luz do dia.” – Brasil assimétrico, por Fernando Rodrigues (Folha de S.Paulo – 08/02/2012)
(Blog do Noblat/Globo.com) “A inconfidência da ministra foi só para marcar posição. Para dizer que é favorável à descriminalização do aborto. Como o governo não quer bater de frente com a maioria que é contra, a ministra se calará.” – Aborto – Governo sem coragem de enfrentar o problema, por Ricardo Noblat (Blog do Noblat – 08/02/2012)
(Folha de S.Paulo) Deu na coluna Painel (08/02): “Oremos As declarações da futura ministra Eleonora Menicucci (Mulheres) em favor do aborto preocupam o QG de Fernando Haddad. A ala do PT ligada à Igreja Católica teme que o assunto, presente na disputa presidencial de 2010, volte à baila na campanha pela prefeitura.”
(Folha de S.Paulo) Deputado diz que ministra é ‘abortista’ (10/02): O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) atacou a nova ministra Eleonora Menicucci, que assume hoje a Secretaria de Políticas para as Mulheres. Ele afirmou no Twitter que a bancada evangélica se unirá “para combater a abortista” e que ela “devia estar em Sodoma e Gomorra”. Filiada ao PT, a socióloga defende a descriminalização do aborto e já disse ter se submetido à prática duas vezes.
(O Estado de S. Paulo) “Essa posse da abortista amanhã (sexta-feira) é sintomática para todos nós e devemos mostrar de forma contundente a nossa revolta. Aborto não. Aliás, quando a gente lê várias declarações dessa nova ministra, ela está no lugar e na época errada, devia estar em Sodoma e Gomorra”, completou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). – Evangélicos da base aliada protestam contra posse de nova ministra (O Estado de S. Paulo – 10/02/2012)
(Folha de S. Paulo) “Ao discursar, a ministra citou o tema dos direitos reprodutivos. Não se pode aceitar, disse, “que os serviços de atendimento a vítimas de violência sexual continuem sem manutenção, sem ampliação, que [mulheres] tenham seus direitos reprodutivos e sexuais desrespeitados”.”
Dilma diz a ministra para seguir posição do governo sobre aborto (Folha de S.Paulo – 11/02/2012)
(O Globo) “Só quero dizer que mulheres morrem por aborto inseguro. É a quarta causa de morte materna, e a quinta causa do SUS (Sistema Único de Saúde). Eu sou sanitarista. O governo tem uma posição em relação a isso que é pública, e nós vamos trabalhar nesse sentido – afirmou.”[Eleonora]
Ministra quer punição a torturador (O Globo – 11/02/2012)
(O Estado de S. Paulo) “Eleonora, por sua vez, aproveitou o discurso de posse para criticar a disseminação de “padrão sexista” em salas de aula e serviços públicos de saúde e defendeu os direitos reprodutivos, sem mencionar a palavra aborto. “Não se pode aceitar que, ainda hoje, quando temos uma mulher no mais alto cargo do Executivo brasileiro, mulheres sejam vistas como meros objetos sexuais, que morram durante a gravidez, que tenham direitos reprodutivos e sexuais desrespeitados.”.”
Dilma pede que ministra siga ordens sobre aborto (O Estado de S. Paulo – 11/02/2012)
Para bispo, ministra é ‘infeliz, mal-amada e irresponsável’ (O Estado de S. Paulo – 11/02/2012)