Para chegar a esse resultado, os autores do trabalho se basearam na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) de 2006, levantamento do Ministério da Saúde feito a cada dez anos no Brasil com a população feminina em idade fértil e com crianças menores de cinco anos. Foram observados os relatos de 15.575 participantes. Neles, os pesquisadores destacaram as informações sobre saúde, uso de preservativos e acesso à alimentação. Com base nelas, buscaram estabelecer uma relação entre o risco de contrair doenças sexualmente transmissível (DST) e problemas de alimentação.
De acordo com o estudo, problemas graves de alimentação, como a fome, foram relacionados com uma menor probabilidade do uso frequente de preservativos, tanto ao longo do ano anterior quanto na última relação sexual antes do início do levantamento. Além disso, problemas de corrimento vaginal também foram relacionados à insegurança alimentar. Segundo a pesquisa, tanto a falta de uso da camisinha quanto o corrimento vaginal são fatores de risco para infecções transmitidas pelo sexo e, portanto, o problema de alimentação no Brasil pode elevar o risco de mulheres serem acometidas por esses problemas.
Segundo os autores do estudo, as abordagens de programas de prevenção ao HIV, em contextos de recursos limitados, como em ambientes de insegurança alimentar, devem ser mais amplas, e salientar outros fatores que não somente os sexuais, como, por exemplo, intervenções direcionadas à alimentação.
Leia em PDF: Problemas de segurança alimentar elevam risco de aids em brasileiras (Veja.com – 12/04/2012)
Brasileiras mal alimentadas estão mais expostas ao HIV, diz estudo (Portal G1 – 12/04/2012)