(Folha de S.Paulo) “Não vejo como obrigar alguém a ter um filho que ela não se sente em condições de ter. Ninguém defende o aborto, é respeitar uma decisão que, individualmente, a mulher venha a tomar”. Esta é a posição pessoal defendida pela atual deputada federal (PT-ES) e futura ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes.
Com histórico de militante dos direitos humanos, a declaração de Iriny Lopes em defesa do respeito à opção de cada mulher ao ser entrevistada pelo jornal Folha de S.Paulo, toca em uma questão que foi muito explorado durante a eleição presidencial neste ano. Para a futura ministra, papel do governo federal na questão é cumprir a lei.
Leia a seguir trechos da entrevista:
“Folha – Quais são suas propostas no curto prazo?
Iriny Lopes – Desenvolver políticas que sejam coerentes com o combate à miséria, colocado pela nossa companheira presidenta.
A feminização da pobreza, no Brasil, é algo concreto, não há eficácia no combate se não estiver claro que as mulheres ganham menos, estão mais desempregadas, e que cresce o número de mulheres chefes de família. É preciso dar empoderamento econômico para garantir sua autonomia.
A sra. fala sobre o aborto?
Sim. Temos a responsabilidade no zelo da saúde pública, dentro da lei, de não permitir nenhum risco às mães.
O que isso significa? Ampliar locais de abortamento legal?
É garantir o atendimento das mulheres que procurem a rede pública. Os demais debates acontecem na Câmara.
A sra. tem uma posição pessoal sobre o assunto?
Minha posição é que temos que ter muitas políticas de prevenção e de esclarecimento. Agora, eu não vejo como obrigar alguém a ter um filho que ela não se sente em condições de ter. “Ah, é defesa do aborto…”. Ninguém defende o aborto, trata-se de respeitar uma decisão que, individualmente, a mulher venha a tomar.”
Leia na íntegra: Não dá para obrigar mulher a ter filho, diz nova ministra (Folha de S.Paulo – 27/12/2010)