(Folha de S.Paulo) Em artigo publicado na seção Tendências/Debates, Luiz Alberto Simões Volpe, o Beto Volpe, da ONG Hipupiara, que atua na prevenção e apoio a soropositivos, escreve que, passada a onda de alívio que veio com o tratamento com antirretrovirais, trazendo a perspectiva de uma vida melhor e mais longa, agora vem o choque de realidade com a descoberta dos efeitos de longo prazo provocados pelo vírus e pelos remédios.
Ex-representante do Brasil na Rede Latino-Americana de Pessos com HIV/Aids, Beto Volpe alerta que, “algo está errado na mortalidade em Aids no Brasil. Contrastando com os números oficiais, somos cada vez mais soropositivos vitimados por causas não incluídas nesse balanço, que vão desde infartos até cânceres”.
“Agora, um estudo da UFRJ e outro apresentado em Viena comprovam que estamos morrendo mais de outros fatores do que de Aids. O número de óbitos por problemas no coração, rins, diabetes e cânceres subiu 8% ao ano entre pessoas com HIV e menos de 3% entre soronegativos. Com relação aos problemas cardíacos, são 8% contra só 0,3%.”
“Se o Brasil replica os dados do hospital da UFRJ, onde as mortes por outras complicações superam as por Aids, seriam mais de 11 mil mortes anuais não contabilizadas.”
Leia na íntegra: Cai o mito da mortalidade em Aids, por Luiz Alberto Simões Volpe (Folha de S.Paulo – 30/11/2010)