Pneumonia, asma e diarreia ainda são causas de morte entre crianças da região. Há desigualdade e grupos mais pobres são os mais afetados.
(Bem Estar, 12/12/2016 – acesse no site de origem)
As mulheres e os menores de idade pobres seguem sendo na América Latina e no Caribe os que menos têm acesso aos serviços de saúde, apesar dos avanços regionais, advertiu a Unicef nessa sexta-feira (9).
Segundo informe apresentado no Panamá, as desigualdades no acesso à saúde seguem sendo generalizadas na região, especialmente para as mulheres, grávidas e crianças, mesmo que “muitos países da América Latina e Caribe tenham procurado ampliar os serviços de saúde para as populações pobres e vulneráveis”.
Essas desigualdades de acesso à saúde que afetam os grupos mais pobres da região os acompanham “durante toda sua vida”, adverte o estudo.
Entre os problemas, a Unicef destaca que muitas crianças pobres não são registradas quando nascem, o que fazem elas não poderem acessar os serviços de saúde.
Outros, devido a suas condições de pobreza, morrem por causa de doenças tratáveis e curáveis como pneumonia, asma, ou diarreias.
No Haiti, 69 em cada 1.000 crianças nascidas vivas morrem antes dos cinco anos, seguido da Guiana (39), Bolívia (38), República Dominicana (31) e Guatemala (29). Os países com os índices de mortalidade mais baixos em menores de cinco anos são Cuba (4), Antígua e Barbuda (8), Chile (8), Uruguai (10) e Costa Rica (10).
Falha em educação para meninas
O informe destaca também a situação das meninas pobres, as quais recebem a pior educação, que se traduz em uma maior probabilidade de ficarem grávidas precocemente.
De acordo com a Unicef, a região “tem a maior concentração de números de gravidez adolescente no mundo”.
Além disso, por terem que cuidar das crianças recentemente nascidas, as mães precoces são impedidas de entrar no mercado de trabalho, o que retroalimenta assim o círculo de pobreza.
Durante as últimas duas décadas, a América Latina “tem realizado importantíssimos progressos econômicos e sociais que impactaram positivamente” milhões de pessoas, disse María Cristina Perceval, diretora da Unicef para América Latina e Caribe, com sede no Panamá.
Ainda assim, a região segue sendo afetada “por profundas dívidas de dignidade e justiça, práticas sociais e mecanismos institucionais que reproduzem a violência e perpetuam a pobreza e exclusão”, alertou.