(O Estado de S. Paulo, 01/12/2014) O número de pessoas em tratamento de aids no Brasil cresceu 29% em 2014, quando comparado com o ano anterior. De janeiro a outubro, 61.221 iniciaram a terapia para controlar o HIV, de acordo com dados divulgados na tarde desta segunda-feira, 1º, pelo Ministério da Saúde.
O crescimento é reflexo da mudança no protocolo, anunciada em dezembro de 2013. Até então, o tratamento era iniciado apenas a partir de uma determina fase da doença, de acordo com as taxas de vírus circulante no organismo e comprometimento do sistema imunológico. Atualmente, a terapia pode ser iniciada assim que o diagnóstico do HIV é realizado, desde que essa seja a vontade do paciente.
A mudança na estratégia segue uma tendência internacional. O início precoce do tratamento é considerado um mecanismo importante na contenção dos números da epidemia. Isso porque, quanto menor o nível de HIV circulante no organismo, menor o risco de se transmitir a doença no caso de relações sexuais desprotegidas.
De acordo com dados, 37% dos pacientes que entraram em tratamento apresentavam taxas de CD4 acima de 500 – indicativo de que a imunidade estava normal. Eles não estariam em tratamento se não fosse o protocolo.
A estimativa do governo é a de que atualmente 734 mil pessoas vivem com HIV e aids no País. Desse total, 80% já receberam o diagnóstico.
Novos casos. Foram registrados 39.501 casos novos de aids em 2013. A taxa de detecção da doença é de 20,4 casos a cada 100 mil habitantes, um indicador que se mantém estável ao longo dos últimos anos.
O diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, afirmou que, embora números gerais sigam inalterados, há disparidades regionais muito importantes. “É o caso do Rio Grande do Sul e Amazonas, que apresentam, respectivamente 41,9 e 29 por 100 mil habitantes”, disse.
Mesquita destacou o aumento significativo do número de casos de HIV entre jovens, sobretudo entre os homens que fazem sexo com homens, no período entre 2004 e 2013.
Lígia Formenti
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