A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou nesta terça-feira (30) novas diretrizes para tratar clamídia, gonorreia e sífilis, perante o aumento dos casos de resistência dessas doenças aos antibióticos.
(Agência Aids, 30/08/2016 – acesse no site de origem)
Estima-se que anualmente, 131 milhões de pessoas se infectem com clamídia, 78 milhões com gonorreia, e 5,6 milhões com a sífilis. As três são causadas por uma bactéria e, normalmente, deveriam ser tratadas com antibióticos.
No entanto, segundo a agência EFE, o mau uso e o abuso de antibióticos, fez o corpo criar resistência a estes medicamentos e agora estas doenças não podem mais ser curadas corretamente apenas com isso.
Nos últimos anos, pesquisadores detectaram resistência aos fármacos em casos envolvendo as três doenças, mas especialmente a gonorreia.
Quando não são tratadas, essas doenças podem gerar complicações graves para as mulheres, como gravidez ectópica (nas trompas de falópio), abortos e bebês natimortos.
Segundo estimativas da ONU, a transmissão da sífilis de mãe para filho provocou em 2012 143 mil abortos ou nascimentos de crianças mortas, 44 mil nascimentos de prematuros; e 62 mil mortes prematuras de bebês.
A gonorreia e a clamídia podem causar infertilidade tanto em homens quanto em mulheres se não for curada. As três infecções aumentam de duas a três vezes o risco de contrair o HIV e pode ter inclusive consequências mais graves como a infecção chegar ao cérebro ou ao coração e causar a morte.
“O mais importante é tentar parar o crescimento das resistências e isso é feito prescrevendo o tratamento correto e usando como o prescrito, por isso a responsabilidade é dupla, do médico e do paciente”, disse em entrevista coletiva a médica Teodora Elvira Wi, especialista da OMS no tema.
Perante esta situação, a OMS recomenda que, no caso da gonorreia, os países façam um estudo nacional para saber qual é a taxa de resistência de cada antibiótico e prescrevam o que menor tenha.
A respeito da sífilis, a OMS sugere apenas uma dose de penicilina benzatina, um antibiótico injetável. A clamídia, a menos resistente aos antibióticos por enquanto, a orientação é de que continue sendo usado a azitromicina.
Em meio a todo o debate, a OMS destacou que o método mais seguro e efetivo para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis ainda é o uso do preservativo de forma regular.