(O Globo, 17/02/2016) Estratégia prevê acelerar o desenvolvimento de diagnósticos e vacinas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou por meio de comunicado que seu plano de combate à epidemia de zika e às condições neurológicas associadas ao vírus demandará US$ 56 milhões até junho. A entidade afirma que US$ 25 milhões serão destinados à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), braço da OMS nas Américas, e o restante, outros US$ 31 milhões, financiará ações de parceiros estratégicos, como o Unicef, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
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“Os possíveis vínculos com complicações neurológicas e malformações de nascimento mudaram rapidamente o perfil de risco do zika de uma ameaça moderada para uma de graves proporções”, disse Margaret Chan, diretora geral da OMS, no documento.
A OMS espera arrecadar os recursos por meio dos países membros e de outros doadores. Enquanto isso, recorreu a um fundo de US$ 2 milhões contingenciados para financiar operações iniciais. A organização destacou que seu escritório nas Américas tem atuado próximo a países afetados pela epidemia desde maio de 2015, quando as primeiras notificações relacionadas ao vírus zika emergiram no Nordeste do Brasil. Segundo a organização, a OPAS e parceiros estratégicos foram mobilizados para auxiliar autoridades de saúde na detecção do vírus, contenção de sua propagação e no aconselhamento de gestão e em investigações sobre os surtos de microcefalia e Guillain-Barré em áreas atingidas pela epidemia.
O principal objetivo do plano é providenciar dados e informações epidemiológicas precisas sobre a possível relação entre o vírus zika e síndromes neurológicas, como a Guillan-Barré, e malformações congênitas. A OMS prevê investimento de US$ 7,1 milhões em monitoramento.
“A estratégia foca em mobilizar e coordenar parceiros, especialistas e recursos para ajudar os países a aumentar a vigilância sobre o zika e outras complicações associadas ao vírus, melhorar o controle do vetor (transmissor), comunicar de forma eficaz os riscos e medidas de orientação e proteção, providenciar atendimento médico e o rápido desenvolvimento de vacinas, diagnósticos e tratamentos”, diz o texto divulgado nesta segunda-feira.
A OMS pretende investir US$ 15,4 milhões em comunicação. O engajamento para a adoção de medidas de proteção, orientação a gestantes e mulheres em fase reprodutiva, além do controle do Aedes aegypti e combate a rumores relacionados à doença, são medidas destacadas no plano.
Por fim, a entidade propõe acelerar a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) de novos produtos para vacinas, diagnósticos e tratamentos. O investimento em pesquisas previsto é de US$ 6,4 milhões.
Acesse em pdf: OMS lança plano de US$ 56 milhões para conter epidemia de zika (O Globo, 17/02/2016)