(Agência Brasil, 21/03/2016) Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um teste que consegue identificar uma infecção de vírus Zika mesmo após o micro-organismo ter sido eliminado pelo organismo.
Com a nova metodologia, é possível confirmar se mães de bebês com microcefalia estiveram infectadas pelo Zika, mesmo após as mulheres não estarem mais portando o vírus. Depois da validação laboratorial, o teste foi utilizado com sucesso em amostras de sangue de mulheres do município de Itabaiana (SE), cidade com um dos maiores índices de microcefalia do país.
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“Com este método podemos demonstrar a especificidade da detecção do Zika, superando uma deficiência séria dos sistemas sorológicos até agora disponíveis”, esclareceu o professor Luís Carlos de Souza Ferreira, vice-diretor e coordenador do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do ICB.
Segundo os pesquisadores, a partir do diagnóstico obtido com o novo teste será possível estipular com mais precisão o número de infecções pelo vírus Zika no país e, especialmente, obter a confirmação de infecção por Zika em gestantes.
Os reagentes necessários para realização do teste estão em produção e serão distribuídos para centros de pesquisa e laboratórios científicos do Brasil. O desenvolvimento da metodologia envolveu o uso de técnicas de biologia molecular e contou com o trabalho do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas, Virologia Clínica e Evolução Molecular e Bioinformática do Departamento de Microbiologia do ICB, e integrantes da Rede Zika, uma força-tarefa de pesquisadores paulista.
A pesquisa contou com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Bruno Bocchini, Repórter
Armando Cardoso, Edição
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