08/06/2011 – Metas antipobreza, por José Eli da Veiga (Folha)

09 de junho, 2011

(Folha de S.Paulo)“Nada pode ser mais imoral do que ajeitar linha de pobreza extrema especialmente talhada para tornar factível o mito de “erradicação” em poucos anos”, afirma José Eli da Veiga, professor da pós-graduação do Instituto de Relações Internacionais da USP (IRI/USP). Ele critica os indicadores de pobreza adotados pelo governo brasileiro e dá exemplos internacionais de definição de pobreza.


“Para o governo Dilma Rousseff, miséria é só questão de insuficiência de renda. Mas está na pobreza extrema quem não consegue converter sua renda em vida decente, pois nem sequer tem acesso ao esgotamento sanitário.”

“O que diz a história internacional das linhas oficiais de pobreza? Nos EUA, estão em consulta pública os critérios que definirão a “Supplemental Poverty Measure” (SPM). É uma abordagem estrutural da delimitação da pobreza, que será acrescentada à linha restrita à renda monetária, usada há meio século: o triplo do preço da cesta de alimentos que garante a dieta oficialmente recomendada.”

“Na UE, com linha de pobreza antes estabelecida em 60% da renda mediana nacional, algo bem parecido acaba de emergir. Uma perspectiva “multidimensional”, que procura acrescentar nova medida da “pobreza de condições de vida” à velha métrica da “pobreza monetária”. Iniciativa prevista na agenda adotada no ano 2000 pelo Conselho da Europa, mais conhecida por “Estratégia de Lisboa”.”

Saiba mais: Metas antipobreza, por José Eli da Veiga (Folha de S.Paulo – 08/06/2011)

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