De 27 de maio a 1º de junho, integrantes da Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto organizam atividades em todo o país.
(Folha PE, 28/05/2019 – acesse no site de origem)
A arte como manifestação política, em defesa da vida das mulheres, inspira uma série de ações que acontecem por todo o Brasil, desse 27 de maio ao 1º de junho. Mostras de filmes, teatro, muita música e poesia, rodas de diálogo em escolas, audiências públicas, oficinas e debates, espetáculos circenses, estão programados** para o período. O Festival marca o dia internacional pela saúde das mulheres e o dia nacional de luta pelo fim da mortalidade materna evitável, 28 de maio. O aborto inseguro, como se sabe, é uma importante causa de mortalidade materna. Por isso é tema central do Festival.
Na Argentina estão programadas manifestações em diversas cidades e lideranças da Campanha pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito entregam à Câmara dos deputados uma nova proposta de Lei para a Interrupção Voluntária da Gravidez. Movimentos feministas e de defesa dos direitos humanos se somam nessas iniciativas que ganham a atenção de todo o mundo.
Os movimentos feministas têm como princípio que fundamenta esta luta não apenas o direito à saúde, mas a compreensão de que os direitos reprodutivos precisam ser entendidos como uma questão de justiça reprodutiva. Isso significa o direito de não ter filhos/as, mas também o direito de ter filhos/as em condições adequadas, o que inclui, entre direitos básicos à saúde como o direito à alimentação, os direitos à educação sexual nas escolas, ao acesso a métodos contraceptivos, ao fim da violência obstétrica.
E, ainda, pensar na perspectiva da justiça reprodutiva significa defender como direito o exercício da maternidade e da paternidade num ambiente saudável. Isso corresponde, inclusive, ao direito à educação para todos e todas. Mas também ao direito de mães e pais não estarem sempre preocupados se seus filhos voltarão para casa com vida. Sabe-se como é alta a taxa de assassinatos de jovens negros no país e o sofrimento e estado de tortura permanentes que isso causa às famílias. Tem-se, portanto, muitas provocações para a reflexão, discussão e ação coletiva.
Carla Gisele Batista