Programação do evento discute violência, bem viver e estratégias de enfrentamento ao racismo
(Brasil de Fato , 05/12/2018 – acesse no site de origem)
Mulheres negras de todo o Brasil se encontram de 6 a 9 de dezembro, em Goiânia (GO), em evento marca os 30 anos do primeiro encontro, 1988, em que mulheres do movimento negro se uniram para discutir formas de enfrentar a violência e a opressão que cerca a vida das mulheres.
Saiba mais:
Programação do Encontro Nacional de Mulheres Negras 2018
Ângela Davis participa de Encontro Nacional de Mulheres Negras em Goiânia (Jornal Opção, 03/12/2018)
Eliane Dias, da Rede Afro LGBT e da Rede de Mulheres Negras de Minas Gerais, conta que a realização desse encontro é necessária para fortalecer as organizações de mulheres negras no neste período após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL).
“Vai ser a primeira grande mobilização popular pós período eleitoral. Apesar de não ter tido ainda a chegada do novo governo, a gente já sente na pele os efeitos. As mulheres pretas, principalmente, já vivem em ambientes hostis, de ameaça, de perigo, mas de muita resistência. Além disso, a partir do encontro, vamos ter um norte para algumas décadas de luta, vamos sair de lá com estratégias de enfrentamento”, explica.
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Encontro Estadual de Mulheres Negras de Minas Gerais aconteceu em setembro deste ano (Foto: Helen Lagares)
No estado de Minas Gerais, as mulheres negras se preparam desde o início do ano para participar do evento. São 80 delegadas, entre LBTs (lésbicas, bissexuais e transexuais), quilombolas, religiosas de matriz africana, atingidas por barragem, pesquisadoras e trabalhadoras de políticas públicas. “O grande desejo das nossas mulheres negras mineiras é de que suas questões sejam debatidas, de que ações efetivas se deem no campo das políticas públicas”, Cris Ribeiro, que também é integrante da Rede de Mulheres Negras de Minas Gerais.
A programação conta com feiras, apresentações culturais, oficinas, palestras e rodas de conversa com temas diversos, como saúde, religiosidade afro-brasileira, encarceramento em massa e desafios e perspectivas do movimento de mulheres. A filósofa e escritora Sueli Carneiro, a escritora Conceição Evaristo e filósofa e militante estadunidense Angela Davis têm presenças confirmadas.
Por Larissa Costa