Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde, da Fundação Gabo, reconhece os melhores trabalhos da América Latina
A cobertura que a Revista AzMina fez sobre aborto legal e seguro entre 2021 e 2023 foi reconhecida com menção honrosa no tema ‘Desafios da atenção à saúde’ pelo Prêmio Roche, da Fundação Gabo. A premiação chega a sua décima primeira edição, valorizando os melhores trabalhos jornalísticos da América Latina. Dessa vez foram 698 inscrições de 20 países, sendo 60% por autoras mulheres. A cerimônia oficial será em 16 de novembro de 2023.
O júri destacou que o trabalho d’AzMina é necessário e completo, expondo visões sobre um problema complexo no Brasil: o sexismo, o conservadorismo, os preconceitos e a falta de acesso das mulheres ao aborto legal, seguro e gratuito. “Nessa cobertura, há diversas matérias: reportagens sobre a demora das unidades de saúde e do atendimento às mulheres que acabaram de abortar, além da restrição de medicamentos abortivos e projetos de lei no Congresso Nacional, que vão contra os direitos das mulheres.”
A cobertura constante contempla reportagens em texto, vídeo, ilustrações e gráficos, abordando diversos aspectos da questão do aborto. Em uma delas, AzMina mostra que o machismo, o tabu e o preconceito geral em torno do tema no Brasil dificultam avanços na área e o uso de métodos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para tratar mulheres e pessoas que abortam. Além das perseguições e restrições do aborto, quando se chega em um hospital brasileiro – não importa se sofreu uma perda espontânea ou se provocou a interrupção da gestação indesejada -, essa mulher é empurrada para uma cirurgia desnecessária: a curetagem. Há mais de 30 anos existe um medicamento simples (misoprostol), que foi trancado no armário pelas autoridades brasileiras, impedindo o acesso ao aborto seguro medicamentoso.