(FNDC) A Qualcomm realizou um estudo – batizado de Índice Qualcomm da Sociedade da Informação – para analisar os dados de conectividade do Brasil e do México com outros 72 países do mundo. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira, 17/03, constatou que ainda é necessário ium investimento pesado em nfraestrutura. No ranking global, o Brasil aparece na 44ª posição em conectividade, ficando atrás do Uruguai, Argentina e Chile.
Na banda larga fixa, o estudo constatou que pouco mais de 10% da população brasileira têm acesso à banda larga, com cerca de 10 milhões de acessos ativos. A média mundial é de 17,7%. Com esse percentual, o Brasil aparece na 49ª posição na oferta de serviços de banda larga fixa. A velocidade de conexão também fica abaixo da média mundial. No Brasil, a média encontrada foi de 2,3 Mbps. A média mundial é de 4,48 Mbps. Em primeiro lugar aparece a Coreia do Sul com 14,20Mbps.
Na banda larga móvel, o Brasil também precisa melhorar e ocupa a 39ª posição nos serviços móveis, com aproximadamente 48 milhões de acessos ativos. E como na banda larga fixa, a velocidade de conexão móvel também fica abaixo da média mundial. Aqui, a velocidade média é de 1,1 Mbps. No mundo, ela chega a 2,28 Mbps. E com essas deficiências, o estudo -feito pela Convergencia Research – constatou que 64% dos entrevistados no Brasil admitiram ‘faltar algo na telefonia celular’. Os pontos mais reclamados – com 25% – foram qualidade de serviço e velocidade de conexão.
“Talvez essa questão da velocidade baixa possa explicar um menor consumo de banda larga no Brasil”, diz Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm para a América Latina. Ele admite que boa parte está migrando para os smartphones – até em função da desoneração concedida pelo governo – mas diz que o acesso à banda larga ainda falha no 3G.
“Muitos ainda buscam o Wi-Fi como o oxigênio das suas conexões. Onde não têm wi-fi, eles não acessam a rede. O 3G precisa popularizar”, disse o executivo. Um ponto interessante da pesquisa é que os consumidores não estão mais buscando apenas preços baratos. Eles pedem preços ‘justos’ pela qualidade do serviço ofertado. “É um avanço importante. O consumidor aceita pagar, mas quer serviço”, ponderou ainda Steinhauser.
O estudo também constatou que o brasileiro busca a Internet para acessar às redes sociais. No Brasil, o índice é de 89%. No México, esse índice é de 82%. E em países mais desenvolvidos como Estados Unidos e Reino Unido, os índices ficam em 65% e 51%. As mensagens instantâneas são bem usadas – 78%, mas fica abaixo do contabilizado no México – 92%. A pesquisa não mostrou dados dos Estados Unidos e do Reino Unido nesse item mensagens instantâneas.
O Índice Qualcomm da Sociedade da Informação foi feito a partir de 1.400 entrevistas com usuários de internet e telefonia móvel no Brasil. Foram classificados três perfis de consumidores para o estudo. Do total, 36% dos entrevistados possuem um feature phone, celular que não tem conexão 3G, além de outros dispositivos como PC. Já 41% dos pesquisados possuem um smartphone e outros dispositivos, e 21% têm um smartphone e usam pelo menos três aparelhos para se conectar à internet. Os outros 2% não têm telefone celular.
Acesse o PDF: Banda larga: Brasil perde para Uruguai, Chile e Argentina (FNDC – 18/03/2014)