(Folha de S. Paulo, 12/11/2014) O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) disse nesta quarta-feira (12) que o plano para universalização da internet banda larga, nos próximos quatro anos, deverá custar cerca de R$ 50 bilhões para o governo federal.
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A expansão dessa infraestrutura dependerá de acordos com teles parceiras, por meio de “leilões reversos”. A modalidade, segundo o ministro, pretende encontrar entre as possíveis empresas interessadas uma candidata que aceite ampliar a cobertura da internet em determinada região pedindo menos subsídios do governo. A tele ganhadora do pregão será responsável por implantar a rede e poderá comercializar essa infraestrutura entre as outras companhias que queiram operar na região, aumentando assim a concorrência e a possibilidade de acesso pelos moradores da área. O plano inicial do governo prevê a realização desses leilões, em blocos, a partir do meio do ano que vem.
ESTRADA DE TERRA
Faz parte das novas metas da presidente Dilma Rousseff para expansão da internet, em seu segundo mandato, levar banda larga para 90% dos municípios brasileiros, com a implantação de redes de fibra óptica. Atualmente, 47% dos municípios são atendidos pela tecnologia. “É como se só 47% dos municípios brasileiros tivessem acessos de asfalto, o resto é de terra”, disse o ministro. “A presidente me perguntou se o plano é viável. Eu acho que é. Quando a gente fala em universalização, não fala em conectar 100% dos domicílios ou que 100% pessoas estarão conectadas. Há um patamar mínimo que os pesquisadores consideram, na faixa de 90%, em que já se considera que está universalizado”, afirmou. “Isso tudo depende de quanto vamos colocar em recursos e da eficácia dos programas que serão montados”, completou Paulo Bernardo. Segundo ele, não há previsão orçamentária ainda englobando os custos do novo projeto. No entanto, por se tratar de um programa de infraestrutura, a ideia do governo é encaixá-lo nos projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Assim, o projeto teria o “tratamento diferenciado” necessário para evoluir ao longo dos próximos quatro anos.
BILHÕES
Apenas para universalização do acesso, ou seja, para levar a rede de banda larga a todos os municípios, o governo estima um gasto total direto de R$ 10 bilhões. Outros R$ 40 bilhões seriam necessários para que a conexão de alta velocidade, depois de chegar aos municípios, possa também ser ramificada dentro de cada região, garantindo conexão de qualidade ao usuário final. Para o Ministério das Comunicações, 10% dos municípios do país não poderão ser conectados por fibra óptica, pelas características dessas localidades –na lista estão municípios de difícil acesso ou com restrições impostas por órgãos ambientais. Nesses casos, as conexões de internet rápida, 4G, deve ser realizada por outros meios, como serviço de rádio os satélite. Julia Borba
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