03/12/2010 – Mesa 2 – Monitoramento da Mídia: A cobertura e as candidaturas de mulheres

03 de dezembro, 2010

(Agência Patrícia Galvão) 

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Clique aqui para ler a matéria completa sobre a Mesa Monitoramento da Mídia: A cobertura e as candidaturas de mulheres (por Bia Barbosa)

Dia 3 de dezembro de 2010  
Mesa 2 – Monitoramento da Mídia: A cobertura e as candidaturas de mulheres

Jacira Vieira de Melo
– mestre em Ciências da Comunicação, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão
Luis Felipe Miguel – professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília
Claudia Belfort – editora chefe do Jornal da Tarde (SP)
Debatedora: Sonia Wright – cientista política, professora da área de gênero, poder e políticas públicas do NEIM/UFBA
Coordenadora: Eleonora Menicucci de Oliveira – professora e pró-reitora de extensão da Universidade Federal de São Paulo

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Veja a seguir alguns destaques desta mesa:
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“O processo eleitoral foi reconstrução da história política brasileira. Não é a Dilma que está lá. É uma geração que se desprendeu da classe média, foi para a luta e sofreu com o nosso corpo e sangue, deu um pouquinho para a conquista da democracia no país. Antes de ser a eleição da primeira mulher na Presidência, é a primeira eleição que diz não à tortura e não à violência. Isso nos coloca num lugar de responsabilidade, que é o de fazer que o governo Dilma seja um governo em que as questões de gênero sejam bem trabalhadas.” Eleonora Menicucci de Oliveira – pró-reitora de extensão da Unifesp
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“Vimos a falta de conexão entre o debate macroeleitoral e as políticas públicas que possibilitam enfrentar concretamente a questão da garantia dos direitos das mulheres.”

“A mídia ficou devendo no debate público sobre as propostas de políticas para as mulheres na cobertura da eleição presidencial. Mas, pela primeira vez, temos dados concretos e agregados para discutir a mídia, as eleições, os programas de governo etc. Daqui a dois anos teremos outro processo eleitoral. E teremos dados para pensar estratégias junto às mídias e nossa própria estratégia enquanto movimento social.” Sobre a “Pesquisa sobre a Participação das Mulheres no Processo Eleitoral de 2010” (universo: produção editorial de 29 jornais de 14 estados, 4 revistas e 4 telejornais, de  01/07 a 31/10/2010). Jacira Melo – comunicóloga

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“Vivemos numa sociedade em que a política é construída como algo masculino. Tem a ver com a separação entre as esferas pública e privada, com a carga desigual da responsabilidade da vida doméstica, com mecanismos próprios de exclusão no campo político e com papéis sociais atribuídos a homens e mulheres. Mas os meios reforçam e naturalizam essas percepções. De um lado, pela invisibilidade, e de outro pela estereotipagem da sua presença.”

“Há quem diga que a mídia é o espelho da sociedade, mas temos que entender que essas representações da mídia são muito ativas na reprodução desse cenário. (…) Mas pelos próximos quatro anos esse mundo vai ter no seu centro uma mulher, uma importância simbólica que não deve ser desprezada. Mas há outros passos que precisam ser dados. A presença de um operário na Presidência não revogou o caráter classista da política. E uma mulher por si só não vai revogar o caráter machista. É necessário que a presença da mulher na política seja vista sem o signo da anormalidade que carrega.” Luis Felipe Miguel – cientista político

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“Um editor me disse: “Você não tem dificuldade de comandar o jornal porque pensa como homem. Você é direta, objetiva, etc”. Para ele, esses são atributos masculinos. E para uma mulher chegar no comando há a idéia de que ela mulher tem que se masculinizar. Isso reflete no modo como o homem vê a notícia. Não é proposital. É pior, é visceral. Precisamos educar a sociedade para mudar essa forma de pensamento. Os jornais estão focados na pauta política e econômica. As pautas sociais são pautas de “mulherzinha”. Mesmo que eu tenha a última palavra no jornal, o jornal não vê a mulher como agente de transformação social.”

“Existe uma formula de fazer matéria, e ela é masculina. Estamos tentando quebrar isso. A forma de narrar também precisa ser transformada. Não adianta ocupar o espaço nas redações apenas. Também precisamos trabalhar com novas fórmulas.” Claudia Belfort – jornalista

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“O Cfemea fez um levantamento das seis mil candidatas que tivemos nestas eleições. Houve um aumento de mais de 50% em número de candidatas. Embora isso não tenha se efetivado em eleições, é bastante significativo. A capilaridade está avançando. Mas gostaria de propor uma reflexão sobre qual é a interface entre a mídia, as candidaturas e outros atores/atrizes: os partidos, o horário gratuito, os institutos de pesquisa e a Justiça eleitoral.  Vinte por cento das candidaturas de mulheres foram indeferidas por questões burocráticas. Só 10% das de homens foram indeferidas. Por que esse viés masculino nessa outra instituição?” Sonia Wright – cientista política


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[Acesse a cobertura sobre as outras mesas de debate do Seminário A Mulher e a Mídia 7]

Seminário Nacional
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Rio de Janeiro, 2 a 4 de dezembro de 2010
A Mídia e as Mulheres no Poder

Realização: Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Instituto Patrícia Galvão e Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem)

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