(Folha de S.Paulo) Crimes na internet, em especial o de pedofilia, proliferam nas redes sociais como Orkut e Facebook, enquanto as empresas, a Polícia Federal e outras instituições do Estado brasileiro não criam instrumentos eficazes de prevenção e investigação. ONG sediada em Salvador – SaferNet Brasil – se encarrega de rastrear e encaminhar as denúncias à PF.
Matéria da Folha de S.Paulo aponta que “de acordo com o êxito das redes sociais no Brasil – o país tem mais de 40 milhões de usuários-, a criminalidade on-line passou a grassar. E não se trata de ações mirabolantes, cometidas por hackers ou trambiqueiros virtuais, mas de crimes da vida off-line que encontraram nas redes sociais solo fértil para se disseminar: maus-tratos a animais, racismo, nazismo, tráfico, apologia às drogas, pedofilia”.
Denúncias
Desde que foi criada, em dezembro de 2005, pelo advogado Thiago Tavares Nunes de Oliveira, a SaferNet Brasil – principal canal para denúncias de crimes cibernéticos no país – recebeu mais de 370 mil denúncias (290 mil do Orkut). Mais da metade dos crimes cibernéticos são de pedofilia.
“Juntando Orkut, YouTube e Blogspot, 80% do que recebo é por causa do Google”, afirmou Tavares. “Eles são os meus principais clientes.” No ano passado, das 80 mil denúncias de crime cibernético levantadas pela PF, 65 mil chegaram via SaferNet (os outros caminhos são os sites da Secretaria de Direitos Humanos e da própria PF). No Brasil, ainda não existe um canal para denunciar sites de crime organizado e tráfico de drogas.
Tavares diz que a maioria das denúncias que encaminha acaba sem ser investigada. “Em sete anos o Ministério Público recebeu, de nós [SaferNet], 6 mil denúncias concretas. Transformou em 46 ações penais. O Estado brasileiro não tem capacidade de investigar isso na velocidade em que acontece.”
Leia na íntegra: Internet: janelas indiscretas (Folha de S.Paulo – 13/02/2011)