(Folha de S.Paulo) Considerada um modo de evitar qualquer controle externo, a proposta de criação do conselho de autorregulamentação dos jornais tem recebido o apoio dos principais grupos de mídia impressa do país. A proposta foi feita pela diretoria da ANJ (Associação Nacional de Jornais) na abertura do 8° Congresso Brasileiro de Jornais, realizado no Rio de Janeiro.
O conselho de autorregulamentação terá por base código de ética do Estatuto da ANJ, segundo o diretor-presidente do grupo de comunicação RBS, Nelson Sirotsky, para quem o conselho constitui um passo decisivo para “”sepultar qualquer outra tentativa de criação fora do nosso ambiente que possa prejudicar, violentar o exercício sagrado da nossa atividade, seja enquanto profissionais de jornalismo, seja enquanto empresas jornalísticas”.
Segundo apurou a reportagem da Folha, entre os compromissos das empresas jornalísticas que constam do código estão a defesa da liberdade de expressão, dos direitos humanos, da democracia e da livre iniciativa, o sigilo das fontes de informação, a pluralidade de opinião e a correção de erros cometidos nas edições.
O editor de opinião do jornal O Globo, Aluizio Maranhão, revelou sua preocupação “”com o imenso teor de subjetividade” da avaliação do produto jornalístico. Para Maranhão, não é possível comparar o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, do qual é membro, com o que será criado para os jornais. “A duvida é que entre os bons propósitos e a vida real, no exercício da autorregulação, há uma distância grande. Acho importante despertar a fera, mas talvez devamos discutir mais como fazer isso. O risco é amanhã a associação ser acusada de ser refratária às criticas. Virão as ONGs, os grupos políticos organizados. Cada demanda terá que ter uma resposta.”
Leia a matéria: Criação de conselho de autorregulamentação tem apoio de grupos de mídia (Folha de S.Paulo – 21/08/2010)