(Folha de S.Paulo/O Estado de S. Paulo/O Globo) O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Franklin Martins, afirmou que o Ministério das Comunicações precisa ser refundado. Para o ministro, que participou do seminário Cultura de Liberdade de Imprensa, promovido pela TV Cultura (SP), o governo federal “ficou devendo” na área da comunicação por não ter dado ao ministério o status de “centro formulador” de políticas para o setor.
O ministro fez uma comparação com o que aconteceu em 2002: “Se a refundação na área de Minas e Energia não tivesse ocorrido, teríamos tido uma sucessão de apagões e não haveria segurança jurídica para os grandes investimentos em hidrelétricas no País.”
Na avaliação de Franklin Martins, o momento atual é “excepcional” para discutir aspectos relativos à mídia e, se não houver um “centro que formule e comande o processo, desperdiçaremos essas oportunidades, que não vão voltar”.
Durante sua palestra no seminário, o ministro Franklin Martins negou que o governo queira controlar ou limitar a liberdade de imprensa. O ministro diz que essa discussão interessa aos empresários da radiodifusao, porque um novo marco regulatório pode salvar o segmento da iminente ameaça das gigantes de telecomunicações. “Em vez de ter o olhar receoso e travada de que liberdade esta ameaçada, vamos olhar para frente e ver que podemos ter mais liberdade, mais informações, produtos culturais. O governo tenta chamar todos os atores”, disse o ministro.
O ministro queixou-se também que o jornal Folha de S.Paulo distorceu a sua fala no encontro sobre convergência de mídias, promovido por sua pasta no início de novembro. “A Folha botou na primeira página que eu tinha dito num tom quase arrogante algo como ‘vai haver controle’, ‘com consenso ou sem consenso’.”
Também participaram do seminário: o sociólogo Demétrio Magnoli, jornalistas como Carlos Eduardo Lins da Silva, Sérgio Dávila, Sidnei Basile, Caio Tulio Costa, Ricardo Kotscho, além dos argentinos Pablo Mendelevich e Maria Eugenia Lucueña e do advogado venezuelano Fernando Egaña.
As apresentações podem ser acompanhadas ao vivo na internet: www.tvcultura.com.br/seminario.
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