Jornalistas sobem o tom e descem o nível do debate

03 de outubro, 2011

(Agência Patrícia Galvão) Jornalistas sobem o tom na crítica à Secretaria de Políticas para as Mulheres e descem o nível do debate, com referências desrespeitosas à ministra Iriny Lopes. Deixam assim o debate de ideias e entram no campo das ofensas pessoais. Há muito tempo não se via tantos representantes da “elite” do jornalismo brasileiro referirem-se de maneira tão abertamente preconceituosa e desrespeitosa a uma mulher que ocupa um cargo público.
Augusto Nunes: “Com tantas meninas estupradas por aí, Iriny cismou com Gisele Bundchen. Eis um caso que foto explica.” – Com tantas meninas estupradas por aí, a ministra Iriny decidiu que o problema da mulher é Gisele Bündchen. Foto explica, por Augusto Nunes (Veja.com – 01/10/2011) 

Sérgio Augusto: “Dos gritos que ouvi, ou melhor, li, dois me chamaram atenção: o de uma leitora de O Globo, que acusou a SPM de tentar estatizar o corpo e a sensualidade, e o de um blogueiro, que sugeriu ao governo a criação da SPBCT (Secretaria de Políticas para Barangas, Canhões e Tribufus).” – Femininamente incorreta, por Sérgio Augusto (Estadão.com – 02/10/2011)

O veterano Paulo Moreira Leite adverte
“A mobilização de jornalistas em torno da campanha de sutiã e calcinha de Gisele Bunchen é mais complicada do que parece.”
Leia na íntegra: Direito de venda não é liberdade de expressão, por Paulo Moreira Leite (Época – 01/1/2011) / Ainda no sutiã de Gisele, por Paulo Moreira Leite (Época- 01/10/2011)
‘Fui ridicularizada’, queixa-se ministra Iriny Lopes
“Na semana passada, a ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Política para as Mulheres, tornou-se a integrante mais falada do primeiro escalão do governo Dilma Rousseff. O motivo, diferentemente dos cinco ministros que deixaram suas pastas sob suspeitas, foi uma nota assinada pela secretaria pedindo a suspensão, ao Conar (Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária), de uma propaganda com a top Gisele Bündchen. Na campanha, promovida pela Hope Lingerie, a modelo ensina as mulheres a dar más notícias aos maridos (como excesso de gastos ou batida de carro) sem risco de serem recriminadas: tirando a roupa.
Foi o suficiente para que movimentos em defesa das mulheres manifestassem repúdio ao conteúdo da propaganda, endossado pela secretaria do governo federal. A “reação à reação”, no entanto, foi ainda mais forte: a ministra foi criticada por supostamente tentar cercear a liberdade de expressão. Para os “críticos da crítica”, faltou bom humor ao governo e às feministas.”  – ‘Fui ridicularizada’, Iriny Lopes (Carta Capital – 03/10/2011)

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Leia mais: Mais sobre a polêmica ‘Hope ensina’ (Agência Patrícia Galvão – 01/10/2011)
Sugestão de pauta: Repercussão da polêmica sobre a campanha “Hope ensina” (Agência Patrícia Galvão – 30/09/2011)

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