(O Estado de S. Paulo) Depois de completar o sétimo aniversário, o Bolsa-Família ainda é um programa em construção, avaliam seus principais gestores. Na próxima semana, o Ministério do Desenvolvimento Social vai formalizar propostas sobre duas novas condicionantes para os beneficiários: a vacinação contra hepatite B para os jovens e controles de saúde das mulheres, como exames preventivos de câncer.
Atualmente, são duas as exigências para liberar o pagamento: o atendimento do calendário de vacinas nas crianças até seis anos e a frequência às aulas das crianças e jovens até 17 anos.
Cerca de 300 mil famílias mostram dificuldades em cumprir essas condicionalidades, a cada levantamento divulgado pelo ministério. “Vimos que são as famílias mais pobres e mais desestruturadas as que descumprem as condicionalidades, elas precisam ser acompanhadas”, disse Lúcia Modesto, secretária responsável pelo Bolsa-Família.
Questionada sobre as medidas adotadas para garantir que as famílias pobres possam abrir mão da transferência de renda, ao se integrarem ao mercado de trabalho, também conhecidas como “portas de saída”, Lúcia Modesto reagiu: “A gente nem estruturou as portas de entrada.”
Outra mudança em curso tem como alvo o cadastro único das famílias pobres. A nova versão do cadastramento, mais detalhada, deverá ser implantada até o fim do ano que vem. O questionário que já é aplicado em 250 municípios contém perguntas sobre renda, educação, saúde e trabalho, além de suplementos especiais sobre moradores de rua e alcance de programas do governo, como o Luz para Todos e subsídios à moradia.
Acesse a matéria: Vacinação contra hepatite B deve virar contrapartida (O Estado de S. Paulo – 06/12/2010)