06/12/2013 – Discriminação por raça, gênero e religião é crime menos notificado

06 de dezembro, 2013

(Estadão Online) A discriminação por raça, gênero e religião é o tipo de crime em que a população menos procura a polícia para registrar queixa. A notificação é de apenas 2,1%, o que significa que 79,9% daqueles que se sentiram agredidos não levaram o caso às autoridades.

A ofensa sexual fica em segundo lugar na porcentagem de crimes com mais subnotificação. Segundo dados da pesquisa de vitimização, apenas 7,5% procuraram a polícia. Apesar disso, números divulgados em novembro pelo Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que, em 2012, o Brasil registrou 50.617 casos de estupro.

No outro extremo estão os registros feitos para roubos de carros, onde 90% das vítimas fazem registros policiais. “Uma das hipóteses é de que as pessoas que foram discriminadas ou sexualmente ofendidas não encaram a ação como crime. A baixa confiança na polícia também é um desestimulo ao pedido de ajuda”, diz o sociólogo Claudio Beato, coordenador da pesquisa de vitimização.

Para Frei David Raimundo dos Santos, da ONG Educafro, o descaso da polícia militar e civil com o negro acaba servindo como desestímulo. “Grande parte acha que não vale a pena reclamar, porque o sistema é institucionalmente contaminado pelo descaso e acaba gerando o racismo”, diz.

Notificação. As taxas de notificação são mais altas nas Regiões Norte e Centro-Oeste. Em Brasília, primeiro do ranking, 33,3% dos habitantes comunicaram as ocorrências. Roraima (31,3%) e Rondônia (31,2%) vêm logo em seguida.

As taxas mais baixas de registros policiais ficam no Nordeste. Na Paraíba, somente 11% das vítimas procuraram as autoridades, seguida pela Bahia (13,7%), Rio Grande do Norte (14,2%) e Pernambuco (14,6%). São Paulo fica em nível intermediário, com 21,8% dos registros.

As pessoas de classe alta (22,9%) e de nível superior (24,2%) foram as que mais procuraram a polícia.

Acesse em pdf: Discriminação por raça, gênero e religião é crime menos notificado (Estadão Online – 06/12/2013)

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