08/03/2011 – Mulheres avançam na educação e no desemprego

08 de março, 2011

(O Globo) Em sua coluna Panorama Econômico, a jornalista Míriam Leitão comenta dados de pesquisa inédita que mostra que “o desenvolvimento da América Latina está dando mais poder às mulheres e reduzindo as distâncias em relação aos homens, mas as desigualdades persistem. No Brasil, as mulheres passaram os homens no número de pessoas com doutorado, mas o desemprego continua sendo maior entre as mulheres. Elas governam vários países mas são poucas nos parlamentos”.

O estudo que comprova essas contradições será divulgado no final deste mês, no encontro da Associação de População da América (APA). O autores – José Eustáquio Diniz Alves e Suzana Cavenaghi, da Escola Nacional de Estatística do IBGE, e o consultor George Martini – mostram que, apesar dos avanços, ainda resta “muita herança da velha discriminação”.

Leia a seguir trechos da coluna:

Mulheres avançam na educaçãoglobo08032011_graficoavancomulheres“O texto ‘Revertendo e reduzindo as desigualdades na América Latina’ constata que na educação as mulheres fizeram um esforço tão extraordinário para reduzir a distância que já há um ‘gap reverso’: elas estão na frente em inúmeros indicadores, inclusive no número de doutores no Brasil. Aqui, elas já são maioria entre as pessoas que anualmente recebem títulos de doutorado.” [veja no gráfico ao lado]

“O mercado de trabalho continua sendo discriminatório: há mais desemprego entre mulheres; elas têm salários menores. Um dos velhos argumentos para justificar a diferença salarial é que as mulheres trabalham menos horas. As estatísticas do mercado de trabalho parecem confirmar a impressão. Ela é derrubada por análises mais acuradas como a comparação salarial de pessoas do mesmo nível educacional. Os autores no entanto fazem outra conta de horas trabalhadas incluindo-se as atividades não remuneradas. Um dos temas do estudo que só agora começa a ser compreendido é que é preciso rever o conceito sobre o trabalho de criar os filhos; tido normalmente como obrigação da mulher, como se fosse biologicamente determinado.”

“Os autores citam como epígrafe do texto a frase: ‘Em qualquer sociedade o grau de emancipação da mulher é a medida natural da emancipação geral.’ A frase é do filósofo Charles Fourier, de 1808. E ainda há hoje quem pense que feminismo é assunto que interessa só às mulheres.”

Leia na íntegra: Medida do avanço, por Miriam Leitão (O Globo – 08/03/2011)

Para contatar o pesquisador:
José Eustáquio Diniz Alves – demógrafo
Professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE
Rio de Janeiro/RJ
(21) 2142-4689 / 2142-4696 / 9966-6432 – [email protected]

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