08/09/2012 – Gravidez na adolescência tem redução

08 de setembro, 2012

(Jornal de Brasília) Dizem que a adolescência é o período em que os hormônios estão à flor da pele. É o período em que os jovens se arriscam mais e buscam conhecer e satisfazer suas necessidades, incluindo as sexuais. Estudo da Organização Mun- dial da Saúde (OMS) revela que 22% dos adolescentes iniciam a atividade sexual aos 15 anos de idade. Sem muita preocupação com prevenção, muitas  engravidam.  Mas isso está mudando. Segundo a pesquisa Evolução da Fecundidade  no Distrito Federal entre 2000 e 2010, da Companhia de Planejamento (Codeplan), houve  uma queda  de 37,68%  nos partos de meninas de 15 a 19 anos nesses dez anos.

Em 2000, o número de partos de mulheres com idade entre 15 e 19 anos no DF foi de 9.232, que equivaliam a 19,4% do total. Em 2010, o número caiu para 5.753, passando para 13,1% dos partos  totais. De acordo  com a socióloga e demógrafa responsável pela pesquisa,  Ana Maria Boccucci,  essa redução é consequência da queda de fecundidade em anos anteriores.

“Essas mães de 15 a 19 anos nasceram na década de 90, quando a taxa de fecundidade já estava mais baixa que nas décadas  anteriores, quando a mulher tinha uma média de seis filhos. Ou seja, foram menos nascidos na época. Não quer dizer que são menos adolescentes  grávidas e, sim, que temos menos adolescentes que antes”, explica.

OPÇÕES
Mesmo assim, Ana Boccucci afirma que é possível perceber que a gestação tem sido adiada. “As mulheres estão optando  por estudar, trabalhar, pensando em ter mais condições  para dar ao filho melhores opções. Assim, estão deixando a gravidez para mais tarde”, informa.

A gerente  de Saúde do Adolescente da Secretaria de Saúde do DF, Denise Ocampos, afirma que a redução da gravidez na adolescência tem sido perceptível nas unidades de saúde e que diversos  fatores  contribuem para essa queda. Segundo ela, políticas públicas de conscientização são fundamentais.

“A população  está mais esclarecida graças a programas de saúde e educação. Os jovens estão antenados com as mídias e tecnologias. Além disso, as escolas estão colocando o tema mais em pauta. O jovem quer se prevenir mais e graças às políticas públicas tem sido fácil encontrar pre- servativos, por exemplo. Ele pode ir a uma unidade de saúde e obter sem burocracias, o que não acontecia an- tigamente”, observa.

Denise Ocampos afirma que, anualmente,  os servidores  da saúde são capacitados para melhor atender os adolescentes, inclusive, para realizarem trabalhos como o Programa Saúde na Escola. “Há distribuição  de preservativos e orientação sexual, além de outras  vertentes  que o jovem  pode recorrer.  Tem também  a Rede Cegonha, prevenindo a gravidez recorrente, e o Programa de Atenção Integral ao Adolescente (Praia)”, afirma.

O volume de nascidos vivos, filhos de mães de 15 a 49 anos, em 2000, no Distrito Federal, foi de 47.615 e, em
2010, de 44.047, o que representou uma redução de 7,5% (- 3.568).

A participação  dos nascimentos de mães entre 15 e 24 anos, que no início da década foi de 51%, caiu para 36,9% em 2010, com redução de 27,7% no período.

Nas demais faixas etárias, a participação  de nascidos vivos aumentou. Destaca-se o grupo de mães e 40 a 44 anos que, mesmo tendo uma pequena participação no total, teve dobrado o número de nascidos vivos.

Acesse o pdf: Gravidez na adolescência tem redução (Jornal de Brasília – 08/09/2012)

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