(Agência Brasil) Pesquisadores da área da Saúde avaliam que o Brasil não conseguirá reduzir a taxa de mortalidade materna e cumprir um dos Objetivos do Milênio, assumido perante a ONU.
O Brasil registra hoje 68 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos. A meta das Nações Unidas é chegar a 35 para cada 100 mil até 2015. Assim, a queda precisa ser de aproximadamente 48% em quatro anos. De 1990 a 2007, o país registrou uma redução da taxa em 56%, passando de 140 para 75 por 100 mil crianças nascidas vivas, conforme dados do Ministério da Saúde.
Embora significativa, a diminuição não é suficiente para tirar o Brasil do rol das nações com alto número de mortes durante a gravidez e o parto. A taxa brasileira é cinco a dez vezes maior que a dos países ricos.
“A especialista em saúde pública da Universidade Federal da Bahia, Estela Aquino, aponta a grande quantidade de cesarianas e a negligência em alguns cuidados durante o pré-natal, como medir a pressão arterial das gestantes, entre os fatores que retardam a queda do indicador”, diz a reportagem da Agência Brasil.
“O fenômeno da peregrinação das mulheres no momento de ter um bebê é grande. Temos uma excessiva medicalização (abuso das cesarianas) e a falta do uso de outras tecnologias, como medir a pressão arterial, uma coisa simples que não tem sido feita e que causa impacto na taxa. A mortalidade materna é uma violação de direitos. São mortes, quase em sua totalidade, evitáveis”, diz a pesquisadora.
Para Esther Vilela, coordenadora de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, o Brasil ainda tem chance de cumprir a meta da ONU.
Veja essa notícia na íntegra: Brasil precisa avançar na redução da mortalidade materna, dizem especialistas (Agência Brasil – 11/05/2011)